Publicidade

Espinosa: Marcelinho está na pior

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

O drama do meia Marcelinho Carioca, impedido de deixar a Arábia Saudita enquanto não resolve sua situação com o Al-Nassr, comoveu o técnico Valdir Espinosa, que deixou o Atlético-PR em 2002 a fim de trabalhar na Arábia Saudita, e voltou semana passada para o Rio. Ele esteve com o atleta duas vezes em Riad, antes da onda de atentados na capital do país. Espinosa rescindiu seu contrato com o Al Riad no início de dezembro alegando insegurança. Também estava contrariado com o atraso no pagamento dos salários. "O Marcelinho tem que levar o problema com calma. Não adianta brigar. Eles (os donos do clube Al-Nassr) mandam no país, as leis são deles, o terreno é deles. Se gritar, piora." Para Espinosa, recorrer à embaixada do Brasil deve ser o último recurso. "Meses atrás, conversei com o Marcelinho em Riad. Ele estava empolgado com a nova fase e pretendia permanecer na Arábia por mais uma temporada", contou o ex-técnico de Grêmio e Botafogo. "Estou sabendo agora das novidades e isso muito me preocupa." Espinosa levou a família para Riad e, desde novembro, depois que um prédio inteiro foi destruído na cidade num ataque terrorista, passou a tomar cuidado. Os filhos acessavam todas as manhãs os sites das embaixadas inglesa e norte-americana em Riad, que informavam sobre locais vulneráveis. "Não dormíamos, vivíamos sobressaltados a qualquer barulho. Sei o que o Marcelinho deve estar passando." De acordo com o procurador e empresário de Marcelinho, James Arruda, o impasse pode estar resolvido nos próximos dias. "Estamos agindo e assim que tudo for resolvido, ele poderá viajar", disse. Como não recebe salários há mais de três meses, Marcelinho rescindiu o contrato com o clube árabe e obteve a liberação do passe com a Fifa. A entidade deve se pronunciar nesta quarta-feira sobre o caso. Mas o Al-Nassr reteve o seu passaporte, negou o visto e ainda cortou a luz de seu apartamento. Arruda rebateu o advogado do atleta, Marcos Motta, segundo o qual Marcelinho estava vivendo como refém na Arábia Saudita. "Foi uma imagem passada de forma errada. O Marcelinho vai a restaurantes, supermercados e à embaixada brasileira", garantiu o procurador. Sobre o futuro do atleta, Arruda disse que Corinthians e Vasco são os destinos mais prováveis. Porém, não descartou a hipótese de negociá-lo com outras equipes. "Não é segredo que o Marcelinho tem uma gratidão pelo Corinthians, pois foi onde conseguiu sua ascensão no futebol", afirmou Arruda. Príncipes - O técnico Evaristo de Macedo, atualmente sem clube, disse nesta terça-feira que recusou uma proposta de um time do Catar há cerca de um mês. "Não tive interesse. Estive no futebol da Ásia por 10 anos e preferi ficar com a família", afirmou. O treinador, que também teve passagem pelo Iraque, declarou que trabalhar na Arábia Saudita é diferente dos outros países asiáticos. "Os príncipes complicam tudo. Há muitos anos ocorrem esses tipos de problemas lá", disse, referindo-se à situação de Marcelinho. Por isso, Evaristo nunca desejou comandar alguma equipe do país. E por enquanto deve continuar sem clube, a menos que surja uma boa proposta do futebol brasileiro. "Não estou procurando. Se alguém lembrar de mim, ótimo."

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.