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'Estamos com fome de ganhar títulos', afirma Hulk

Atacante aposta em sua equipe, o Shanghai SIPG, para evitar hepta do Guangzhou Evergrande

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O Shanghai SIPG investiu pesado. Foram de 60 milhões de euros (R$ 196 milhões na cotação atual) apenas para tirar Oscar do Chelsea, maior contratação desta janela. Seis meses antes desembolsou 55 milhões de euros (R$ 207 milhões) por Hulk, que estava no Zenit. Com os dois jogadores que defenderam o Brasil na última Copa do Mundo, Elkeson, três vezes campeão pelo Guangzhou Evergrande, e sob o comando do experiente técnico português André Villas-Boas, o time espera desbancar o rival. Em sua segunda temporada, Hulk, em entrevista ao Estado, afirmou que todos no clube estão bastante motivados para o início do Campeonato Chinês e confiantes que vão brigar pelo título.Qual sua expectativa para esta temporada? A melhor possível. No ano passado, eu cheguei no meio do campeonato e me machuquei logo no primeiro jogo. Depois voltei, jogando com 30% do meu normal até passar por uma cirurgia (no joelho) no final da temporada (novembro). Voltei na pré-temporada, fiz uma boa preparação com os meus companheiros e isso faz diferença. Você fica melhor fisicamente e tecnicamente. A gente está muito motivado para esse início de competição e com muita fome de ganhar títulos. Guangzhou Evergrande, do Felipão, ganhou os últimos seis títulos. Eles são realmente muito mais forte do que os adversários? É um time que está jogando junto há muito tempo, é formado pela base da seleção chinesa. Realmente é uma equipe forte. Leva vantagem pelo entrosamento, tem vários jogadores que estão lá desde o primeiro título, e tem muita experiência. Mas o nosso time está crescendo bastante. A nossa forma de jogar mudou depois da chegada do (técnico, André) Villas-Boas.Gostamos de jogar, de ficar de posse da bola, coisas que não tínhamos na temporada passada. Era mais ligação direta, o que dificultava bastante. Todos estão bastante motivados para fazer um grande campeonato. 

Hulk comemora gol pelo Shanghai SIPG Foto: Johannes Eisele/AFP

Dá para desbancar o time do Felipão e os outros concorrentes? Não vi os outros times jogarem, claro que todos estão se preparado bem. Mas, se tivesse que apostar, seria no nosso time. A gente está com muita vontade e, conhecendo o Villas-Boas como eu conheço, sei que é um treinador que quer muito ganhar, que quer melhorar sempre, que trabalha muito, que cobra mais empenho dos jogadores para buscar um crescimento. Estamos demonstrando evolução nos jogos (amistosos e na Liga dos Campeões da Ásia) e, por isso, aposta no nosso time.  O fato de trabalhar outra vez com o Villas-Boas te dá mais confiança? Independentemente de quem seja o treinador, sou um cara que sempre ficou muito à vontade, até porque procuro fazer o meu trabalho da melhor maneira possível. Mas realmente tenho uma relação muito boa com ele, trabalhamos juntos no Porto, no Zenit e sempre conquistando títulos (foram 13 ao todo). Isso faz sua confiança ir lá em cima. A chegada do Oscar, que tem muita qualidade, do Ricardo Carvalho, um jogador de muita experiência, tem o Elkeson, que está algum tempo aqui na China, e o Akhmedov (jogador do Usbequistão). A gente só é um pouco prejudicado pelo novo regulamento, que só pode jogar três estrangeiros. E o asiático agora conta como estrangeiro.Essa mudança prejudicou os clubes? Um pouco, porque o nosso planejamento já estava pronto, o time foi montado antes da mudança. Agora só podem jogar três. É um desvantagem, são cinco estrangeiros de qualidade e dois terão de ficar fora, nem sequer podem ficar no banco.O Campeonato Chinês está em qual patamar no mundo, é possível comparar com os campeonatos europeus? É um pouco diferente. A China está crescendo muito no futebol, mas não podemos comparar com o futebol europeu. Como eu disse, agora há esta desvantagem de só jogarem três estrangeiros. Se você for no Real Madrid, no Barcelona, quantos estrangeiros estão no elenco? A mesma situação no futebol inglês, no Chelsea, Arsenal, City, United... É uma mistura muito grande. É difícil fazer um campeonato top apenas com jogadores locais. Claro que temos exceções, como o Brasil, que tem jogadores de qualidade e o torneio é muito disputado. Os chineses estão investindo muito, mas, ao mesmo tempo, só podem jogar três estrangeiros. O futebol aqui vai crescer muito. Outro dia mesmo vi uma matéria que eles querem 50 milhões de crianças e adultos praticando o esporte em quatro anos. Quando os chineses colocam uma coisa na cabeça eles fazem de tudo para realizar. Não sei se podemos comparar com os europeus, mas é um campeonato que está crescendo todos os anos, se organizando. Claro que tivemos esta mudança na regra dos estrangeiros, que vejo com um passo para trás, mas, no geral, o futebol está crescendo muito. Vocês fazem o papel de ensinar os chineses? Eles são muito abertos para aprender, têm muito respeito por nós. Ficam nos observando nos treinos, somos uma referência para eles. A gente procura ensiná-los, incentivá-los também e você sente que há uma evolução dos jogadores. Às vezes, eles têm muita qualidade técnica, mas está escondido, porque são um pouco tímidos. Aos poucos eles vão se soltando e você vê essa evolução. Isso tem sido muito bacana no nosso time.O crescimento da liga passa também por treinadores consagrados, como Felipão, Felix Magath, Manuel Pellegrini, o próprio Villas-Boas...   É diferente você chegar no treino e ter um treinador de nome, que já passou por grandes clubes e tem qualidade para por em prática nos treinos e gera uma evolução. O André (Villas-Boas) quando chegou aqui fez isso. Ele implementou sua filosofia, mudou o nosso ritmo de treino. Os chineses até perguntavam se era puxado assim mesmo. O André treina muito com bola, posicionamento, passes, situação de jogo. E isso dá reflexo em campo. Quando você traz um treinador de qualidade, que passa isso para o jogador, você tem uma evolução enorme.  Você já morou no Japão, Portugal, Rússia... Foi fácil se adaptar na China? Para mim é muito mais fácil. A cidade é maravilhosa, o clube também. E é melhor ainda quando minha família está adaptada também. Minha mulher e os meus filhos gostam muito de morar aqui. As escolas são muito boas, tem tudo aqui que gosto de fazer. Fico muito tranquilo e só tenho de jogar. Hoje estou 100% adaptado e feliz. Agora só faltam os títulos, que espero conquistar neste ano.

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