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'Estamos vivendo um aprendizado muito grande na arena'

Representantes da WTorre e da World Sports falam sobre a condição do campo do Allianz Parque

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Por Daniel Batista
Atualização:

O Estado visitou o Allianz Parque nesta quinta-feira, viu a condição do gramado para o clássico entre Palmeiras e São Paulo, domingo, e conversou com Eduardo Rigotto, gerente de operações da WTorre, e Fábio Camara, diretor técnico da World Sports, que explicaram sobre a situação do campo.   O que aconteceu para o gramado ter ficado daquele jeito que vimos no jogo com o Fluminense e o que foi feito para melhorá-lo?RIGOTTO - Fazer a gestão do estádio como um todo, com o objetivo de ser multiuso é um desafio muito grande. O gramado é um dos maiores desafios, principalmente pela questão do sol na grama. A nossa arena é 100% coberta. Isso é positivo para os eventos, mas o problema é que insolação abaixa muito. Temos equipamentos vindos da Europa que provocam a iluminação artificial. Apesar de toda a experiência da World Sports, o desafio não é fácil. Existem algumas situações do excesso de uso. A grama não estava tão forte para receber tantos eventos em tão pouco tempo. A gente sabia que a qualidade do gramado iria diminuir, mas teve o jogo do Palmeiras na quinta, dois treinos do México e da seleção brasileira e o jogo.    Mas não era sabido que esses eventos seriam realizados? RIGOTTO- Sim, mas o treino do México foi muito pesado e pegado. O treino do México prejudicou mais o gramado do que um jogo normal e o combinado era de que seria uma atividade mais leve. A gente teve quatro cargas de jogos em cinco dias. A gente sabia que a condição do gramado ia piorar, mas na hora, mesmo a gente combinando que seria só bola parada, o técnico resolveu mudar. Não tinha como abrir mão de algum desses eventos em prol do gramado?RIGOTTO - A recomendação técnica é uma e a comercial e logística é outra. Eu não recomendaria o treino pesado do México. O Brasil fez o reconhecimento de campo, que foi tranquilo. O problema foi o treino do México mesmo. CAMARA - A sequência de treinos foi o que mais atrapalhou, mesmo. Se acompanhar o jogo que teve no Beira-Rio, depois (também da seleção), danificou muito o gramado. A gente fez o campo lá também e eles falaram que os treinos foram muito agressivos ao gramado.   Para domingo, clássico com o São Paulo. Como estará o gramado?RIGOTTO - Quem viu o gramado no último jogo e vai ver domingo, terá uma grata surpresa. Vai melhorar muito. Não estará nota 10, mas vai melhorar muito. São 14 dias de um jogo para o outro e isso ajudou bastante. 

Fábio Camara e Eduardo Rigotto no gramado do Allianz Parque Foto: Gabriela Bilo/Estadão

Quanto tempo vai demorar para estar 100%?RIGOTTO - Acredito que teremos mais uns seis meses até tirarmos 10 no gramado. Tivemos alguns shows e estamos testando a cobertura de grama para ver qual delas fica melhor. Estamos vendo qual será a melhor para usar sempre a mesma. Precisávamos de várias rodadas de erros e acertos.CAMARA - Esses eventos que vão ter no fim do ano serão bom para aplicarmos todos esses testes. Esse ano é para aprender e 2016 estará tudo normalizado.   Esses jogos de empresários que são disputados no gramado não atrapalha também? RIGOTTO - Como é um jogo de amadores, não muda muita coisa. Os danos foram tranquilos, muito pequenos, porque eles não vão ao campo para trabalhar. Eles vão se divertir. E recentemente teve um evento que foram quatro partidas de 15 minutos cada.Porque não utilizar a grama híbrida Desso? Ela é mais resistente. O motivo foi financeiro? Em Wembley e no Itaquerão utilizam, por exemplo...CAMARA - Isso é um sistema de reforço de solo. Tem no estádio do Corinthians e no Grêmio também. A Desso tem quase 20 anos e é boa para lugares frios, mas hoje ela não está mais sendo tão utilizada. A Desso é boa, mas te deixa preso, porque você não consegue ter muitos eventos no campo. E os estádios que usam essa grama geralmente são só para futebol. Chegou a ser discutida a possibilidade, mas chegamos a conclusão que era melhor não instalar ela aqui.RIGOTTO - A gente gastou R$ 700 milhões na arena. O gramado representa cerca de 0,2% do valor da obra. A gente não iria economizar nisso. 0,2% ou 0,3% não faria diferença. Não utilizamos por entender que não seria a melhor opção.   Dentro de todas essas coisas, o Allianz Parque é o estádio mais difícil de administrar?CAMARA - Dos que a gente cuida, é o que exige um pouco mais de atenção. O gramado do Corinthians, teoricamente, é o mais complicado que esse, porque lá tem bomba, resfriamento, etc. Mas vale lembrar que lá só tem quatro eventos por mês, que são os jogos do Corinthians. Vocês pediram para o Palmeiras não treinar essa semana na arena?RIGOTTO - Não. Eles viram que o gramado não estava bom. Conversamos depois do jogo, que esses 14 dias de descanso seria bom e não houve pedido para treinar. Foi um consenso, não proibimos ninguém de treinar na arena.

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