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Eurico promete "melar" o Brasileiro

Por Agencia Estado
Atualização:

Isolado no Clube dos Treze e na Confederação Brasileira de Futebol (CBF), o presidente do Vasco, Eurico Miranda, prometeu ingressar na Justiça comum para impedir a realização do Campeonato Brasileiro, previsto para começar quarta-feira. Ele reivindicava a mudança de local do jogo de estréia do Vasco. Mas sua proposta acabou derrotada por 27 votos a zero. De acordo com a tabela, aprovada nesta segunda-feira em reunião do Conselho Técnico da CBF, o clube carioca tem de enfrentar o Gama, em Brasília. Eurico diz que só leva o time a campo se a partida for disputada no Rio de Janeiro. "Vou tentar paralisar o Brasileiro, não sei se vou ter sucesso", declarou o dirigente e também deputado federal pelo PPB-RJ. A briga de Eurico visa atingir à TV Globo, detentora dos direitos de transmissão dos jogos do campeonato, o Clube dos Treze e à diretoria da CBF. Ele adotou uma postura mais radical, usando como escudo o nome do Vasco, apenas para tumultuar a competição. Está inconformado com sua gradativa perda de poder no comando do futebol brasileiro. Pode obter algum resultado ou prejudicar severamente seu clube. Se o Vasco, como apregoa Eurico, não comparecer quarta-feira ao Estádio Mané Garrincha, perderá o jogo por W.O. (pelo placar de 1 a 0) e, de acordo com o Artigo 51 do Regulamento Geral de Competições da CBF, pode ser excluído dos campeonatos seguintes promovidos pela entidade. Além disso, se o clube recorrer mesmo à Justiça comum, corre o risco de ficar dois anos impossibilitado de disputar jogos oficiais - punição estabelecida pela Fifa. O argumento de Eurico é de que o Vasco, campeão da Copa João Havelange de 2000, teria o direito de estrear em casa, como acontece de praxe com quem vence a competição anterior. O vice-presidente do Gama, o advogado Paulo Goyaz, lembrou, no entanto, que essa lógica só era utilizada para Campeonatos Brasileiros. "Ano passado foi disputada a Copa João Havelange, é diferente", disse. Goyaz promete entrar na Justiça com ação indenizatória contra o Vasco e Eurico se não houver a partida. "O Gama adquiriu geradores e vai estar em campo às 21 horas; creio que 45 mil pessoas compareçam ao Mané Garrincha." Eurico deixou o prédio da confederação muito nervoso, ouviu ofensas de populares e disse não ter estranhado a ausência do presidente da CBF, Ricardo Teixeira, na reunião do Conselho da entidade. "Quando é que ele esteve presente? Falar disso é chover no molhado." O dirigente do Vasco saiu do encontro antes de sua proposta ser votada. Antes, teve uma discussão áspera com o presidente do Botafogo, Carlos Augusto Montenegro. "O Vasco não teme represália", declarou Eurico. O representante de Teixeira no encontro, o vice-presidente da CBF Nabi Abi Chedid, disse não acreditar que o Vasco acione a Justiça comum. Já o presidente do Clube dos Treze, Fábio Koff, foi mais firme. "Se o Vasco optar pela queda-de-braço, será excluído da competição."

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