Europa: sofisticação não evita mortes

O fato dos estádios europeus contarem com sofisticada aparelhagem para urgências médicas não impede casos fatais nos gramados, como a morte do camaronês Foé.

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Por Agencia Estado
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O fato dos principais estádios franceses estarem muito bem equipados para atender urgências médicas envolvendo o público ou protagonistas de eventos esportivos, não impede a ocorrência de casos fatais. Assim foi com o jogador Foé, da República dos Camarões, que caiu morto em campo após ter sofrido um aneurisma cerebral durante uma partida contra a Colômbia, pela Copa das Confederações. O jogador foi prontamente atendido em pleno gramado, mas depois das primeiras massagens cardíacas foi transferido para os vestiários, submetido a tratamento especializado com a utilização de aparelhos cardiológicos sofisticados, sem que isso evitasse sua morte. Nesta quinta-feira, o porta-voz da FIFA na França, o jornalista Alain Leeblang, já ciente da morte do zagueiro Serginho, do São Caetano, no Morumbi, explicou que no caso de Foé, o jogador pôde dispor de toda a assistência médica necessária. O estádio municipal de Lyon estava preparado para socorros de urgência mais sofisticados, mesmo não dispondo de condições para uma cirurgia, daí a necessidade de sua transferência para o hospital. Sobrecarga - As críticas feitas, na época, segundo o representante da FIFA e assistente de Michel Platini, foram dirigidas ao calendário do futebol internacional, ao número de jogos e sessões de treinamentos que um profissional deve se submeter, mas não ao tipo de socorro dispensado aos jogadores de elite do futebol mundial. Na ocasião, a Fifa não hesitou em fornecer todos os detalhes do tratamento dispensado ao jogador desde o momento do acidente até a constatação de sua morte. Um outro caso muito citado na Europa foi a proibição do atacante Kanu de atuar em partidas oficiais, decretada pelo médico da Inter de Milão, já há alguns anos, e após ter constatado uma anomalia cardíaca no atleta. O jogador foi operado do coração e depois de permanecer alguns anos em convalescença, submetendo-se a numerosos exames clínicos, obteve novamente sua licença para jogar. Casos de mortes de jogadores nas divisões inferiores ou mesmo no futebol amador têm ocorrido em maior número, pois nos pequenos estádios as condições nem sempre são as mesmas. A melhor instalação de serviços médicos de urgência está concentrada em Paris, no Stade de France e no Parc des Princes, onde atuam as seleções nacionais de futebol e rúgbi e o Paris Saint Germain. Nesses dois estádios não são conhecidos acidentes dessa natureza.

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