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Ex-banqueiro admite culpa em esquema de corrupção que beneficiou Grondona

Ex-presidente da Associação do Futebol Argentino (AFA), morto em 2014, comandou a entidade por 35 anos

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Por Redação
Atualização:

Um ex-banqueiro prestou depoimento à Justiça dos Estados Unidos nesta quinta-feira e admitiu envolvimento em um esquema de corrupção montado para favorecer o ex-presidente da Associação do Futebol Argentino (AFA) Julio Grondona. Jorge Arzuaga trabalhava na Suíça e era um dos alvos da investigação norte-americana no escândalo de corrupção sem proporções que atinge o futebol mundial.

Arzuaga era funcionário do banco Credit Suisse Group AG e do Julius Baer Group. Ele admitiu ter administrado uma rede de contas fraudulentas ocultas para pagamento de propinas. De acordo com o argentino, o esquema funcionava em benefício de Grondona, que presidiu a AFA por 35 anos e morreu em 2014.

Julio Grondona comandou a AFA por 35 anos. Foto: Jorge Adorno/Reuters

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Segundo a confissão do próprio Arzuaga, o dinheiro depositado nestas contas era usado para subornar dirigentes que controlavam direitos de marketing lucrativos no meio do futebol. A Justiça norte-americana garantiu que o ex-banqueiro ganhou cerca de US$ 1,046 milhão para participar do esquema.

Arzuaga admitiu o envolvimento e o recebimento deste valor como parte de um acordo com a Justiça. "Eu estou envergonhado e queria ser capaz de expressar em palavras o que estou sentindo. Eu estou profundamente arrependido pelo que fiz", afirmou o argentino no depoimento.

A investigação norte-americana já abriu inquérito contra mais de 40 dirigentes ligados ao futebol, executivos de marketing e outras pessoas ligadas a este escândalo ao redor do mundo. A Justiça afirma que apenas este esquema envolveu mais de US$ 150 milhões de pagamento por direitos de transmissão e de sediar alguns dos principais eventos esportivos da modalidade ao longo dos últimos 24 anos.

"Ao facilitar o fluxo de dinheiro para propina entre os sistemas bancários da Suíça e dos Estados Unidos, o acusado (Arzuaga) permitiu um serviço crítico para aqueles envolvidos em corrupção no futebol mundial", explicou o advogado de acusação Bridget Rohde.

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