Fábio Costa e Fabiano Eller brigaram no vestiário em Marília

Jogadores do Santos tiveram que ser apartados pelos companheiros no intervalo do jogo desta quinta-feira

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Por Alex Sabino - Jornal da Tarde
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SÃO PAULO - Os bastidores da saída de Márcio Fernandes tiveram bate-boca, choro incontido, telefonemas frenéticos e sério entrevero entre dois titulares. Veja também:   Esperança ressurge com a mudança Diretoria do Santos faz mistério sobre novo técnico Márcio Fernandes não é mais técnico do Santos  Santos cai na 'hipnose' do Marília e perde outra no Paulistão  Paulistão 2009 - Tabela e classificação  Dê seu palpite no Bolão Vip do Limão A confusão começou no intervalo do jogo em Marília, quando Fábio Costa e Fabiano Eller tiveram de ser apartados (com dificuldade) após discussão ríspida que descambou para a agressão física. Jogadores e seguranças tiveram de intervir, enquanto Márcio Fernandes acompanhava a cena perplexo. O goleiro responsabilizava o zagueiro pelo gol do Marília, mas um integrante do elenco relatou ao JT que a diferença entre os dois não é nova. Na quinta foi apenas a gota d’água. O pano de fundo foi o fraco desempenho defensivo do Santos nas últimas partidas, o que mexeu com dois dos atletas mais experientes do grupo. No final da partida, o diretor de futebol Adílson Durante Filho entrou em contato com o presidente Marcelo Teixeira. O consenso foi arrancar a demissão de Márcio Fernandes. Em conversa com Durante e o superintendente Ocimar Bolicenho, o técnico aceitou sair, mesmo não sendo essa sua intenção inicial. SEM RECONCILIAÇÃO Fernandes chorou copiosamente mais de uma vez na frente dos jogadores e antes de conceder entrevista coletiva. A opinião entre a cartolagem era que, apesar de boa parte do elenco realmente gostar do treinador, ele não tinha autoridade para se impor diante das peças mais experientes da equipe. Nesta sexta, antes do embarque da delegação de volta a Santos, Bolicenho e Durante reuniram Eller e Fábio Costa para uma conversa. Não houve reconciliação entre os dois. Presidente do Conselho Deliberativo e pessoa influente na diretoria, José da Costa Teixeira resumiu a situação. "Há apenas quatro técnicos que poderiam assumir num momento como este: Felipão, Luxemburgo, Parreira ou Leão. Mas como nenhum desses é possível, o Marcelo (Teixeira) já tem outro nome certo na cabeça." CLIMA RUIM As alternativas citadas são justamente de profissionais consagrados, que poderiam consertar as fissuras que existem no time. Depois de um início promissor, o Santos desabou no Campeonato Paulista. Ocupa o 8.º lugar. No início da semana, diretores do clube entraram em contato com diferentes treinadores. Entre eles, Renato Gaúcho, que era o favorito até há alguns dias para assumir o time. O clima não é bom nem mesmo entre dirigentes e conselheiros. Na reunião de quarta-feira do Conselho Deliberativo, Marcelo e José da Costa Teixeira discutiram feio com o ex-diretor Nicolino Bozzella - que subiu à tribuna para fazer severas críticas à atual administração. Advertido pelo excesso de tempo usado no discurso, Bozzella reagiu chamando José da Costa Teixeira de "puxa-saco". A assessoria de imprensa teve de intervir para evitar que o incidente ficasse ainda pior. Após o encontro, Marcelo Teixeira pediu desculpas pelo bate-boca, fato raro num Conselho Deliberativo em que ele sempre reinou absoluto. (Colaborou Sanches Filho)

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