Falta de atacante de velocidade confiável dificulta produção ofensiva corintiana

Tiago Nunes tem utilizado Ramiro e Mateus Vital nas pontas; Janderson, Everaldo, Léo Natel e Gustavo Mosquito são opções

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Por Leandro Silveira
Atualização:

A dificuldade do Corinthians em ser mais ofensivo e perigoso no ataque, algo que ficou claro no empate sem gols com o Grêmio e na final do Campeonato Paulista diante do Palmeiras, pode estar relacionada com a falta de ponta mais incisivos e de qualidade entre as principais opções à disposição do técnico Tiago Nunes. Nada que ele não soubesse quando assumiu o desafio. Essa, inclusive, foi uma avaliação feita pelo próprio treinador, reconhecendo o peso da falta de um atacante de velocidade atuando mais próximo de , ainda fora de forma.

Com o centroavante no comando do ataque, a organização e criação das jogadas estão, entre outras funções, delegadas a Luan, que atua centralizado. Já pelos lados do campo, o treinador costuma escalar Ramiro e Mateus Vital, sendo que ambos têm características de meias.

Ramiro durante treino do Corinthians. Jogador está de saída do clube Foto: Divulgação/ Ag. Corinthians

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O que tem se visto, então, é Jô isolado no ataque. No último sábado, no empate por 0 a 0 com o Grêmio, o Corinthians teve mais posse de bola e até ocupou o setor ofensivo no início do segundo tempo, tendo algum controle do jogo. Mas pouco ameaçou a meta defendida por Vanderlei.

"O que nos faltou foi maior aproveitamento na parte ofensiva, na chegada na última parte do campo, os laterais chegarem um pouco mais. Daqui a pouco, encaixar um atacante nessa equipe, a gente precisa encaixar um atacante de velocidade, um jogador de profundidade para se aproximar mais do Jô. São questões que a gente precisa evoluir como equipe, mas que fazem parte natural de um processo de construção da equipe que não tinha essa característica de jogo", disse o treinador.

O problema é que as opções de pontas no elenco corintiano ainda não se destacaram ou chegaram recentemente ao clube. Com essas características, Janderson é o nome mais utilizado do grupo atual, com 13 jogos disputados em 2020. Mas não é titular desde 7 de março, em partida contra o Novorizontino. Ele ficou fora até do banco diante do Grêmio pela possibilidade de ser emprestado. Everaldo, por sua vez, soma 12 partidas pelo time nesta temporada, mas não foi aproveitado no sábado.

Quem começou a ser utilizado no Corinthians é Léo Natel, que entrou nos minutos finais de três das últimas quatro partidas. Mas ainda precisa adquirir ritmo de jogo, pois ficou 1 ano e 2 meses sem atuar até fazer a sua estreia. Outra opção é Gustavo Mosquito, que retornou recentemente de empréstimo ao Paraná. O Corinthians também sofreu baixas de pontas no seu grupo durante a temporada. Foi o caso do colombiano Yony González, devolvido ao Benfica, que o repassou ao Los Angeles Galaxy. E Madson, que está no Fortaleza, emprestado.

Contra o Grêmio, Mateus Vital foi substituído no primeiro tempo da partida após levar pisão no tendão. Uma avaliação definirá se ele poderá ser aproveitado diante do Coritiba, quarta-feira, na Arena Corinthians. No sábado, para substituí-lo, Tiago Nunes optou por outro meia, Araos. Como todos os técnicos no Brasil, Tiago corre contra o tempo para ajeitar o Corinthians no Campeonato Brasileiro.

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