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Farah já admite liberar torcidas

A volta das torcidas organizadas aos estádios ainda nas finais deste Campeonato Paulista, já provoca críticas veladas do promotor Fernando Capez.

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente da Federação Paulista de Futebol Eduardo José Farah disse hoje que pode liberar a volta das torcidas organizadas aos estádios ainda nas finais deste Campeonato Paulista, medida que já provoca críticas veladas do promotor Fernando Capez. Para Farah, as torcidas estão dando mostras de que já podem voltar aos estádios. Citou como exemplo a criação do Movimento das Torcidas Organizadas, que reúne sete torcidas de Corinthians, Palmeiras, Santos e Portuguesa. Os são-paulinos não foram chamados sob a alegação de que são culpados na maioria dos confrontos entre torcedores. "Esse é um movimento de depuração dos maus torcedores, que são mais violentos. Se ficar comprovado que esse é um movimento sério, que busca o fim da violência, não vejo por que não liberar a volta das torcidas organizadas, ainda neste campeonato", disse ele. A medida já gera euforia entre as torcidas e preocupação do promotor de Justiça Fernando Capez, autor das ações que resultaram na extinção das torcidas Mancha Verde e Independente. "Prefiro aguardar a decisão da Federação para depois me pronunciar a respeito", disse ele, fugindo da polêmica. Mas deu mostras do que vai falar caso Farah libere a volta das organizadas. "A situação das torcidas é difícil de controlar, mas está sob controle. São momentos bons, como agora, seguidos de momentos ruins. É difícil de controlar mesmo tomando medidas punitivas. Imagina se acontecer o contrário", disse. Para Capez, as torcidas ainda não deram provas suficientes de que já podem ser liberadas. "Não podemos tomar posição pelo que acontece em três ou quatro jogos. Precisamos esperar uma série de atitudes." Capez também fez críticas à forma como foi criado o movimento das torcidas. "É válido, mas começou errado por não terem chamado os torcedores do São Paulo. A Independente está na média das outras torcidas, não é mais violenta. O que acontece é que existem várias facções da torcida do São Paulo na periferia e a Independente não tem controle. E são eles que acabam arrumando confusão", argumentou. A Polícia Militar também não é incisiva sobre a volta das organizadas, mas pede diálogo. "Não é o tipo de decisão que se toma sozinho. Isso tem que ser tratado com a Polícia Militar, a Federação, o Ministério Público e as próprias torcidas", diz o coronel Jorge Augusto Rêgo, do 2.º Batalhão de Choque da Polícia Militar, responsável pela segurança nos estádios. Mesmo horário Ele diz que a Federação Paulista não atendeu aos pedidos da PM para que Corinthians e São Paulo não jogassem no mesmo horário domingo. O São Paulo faz o clássico contra a Portuguesa, às 16h, no Canindé e no mesmo horário o Corinthians enfrenta o União São João, no Pacaembu. "Solicitamos a mudança das datas, pois facilitaria o nosso planejamento. Mas a Federação respondeu que a tabela era pré-estabelecida e que não dava para mudar. Teremos trabalho e efetivo redobrados." Para ele, os jogos de domingo serão uma preparação para a PM agir no clássico entre Corinthians e São Paulo, domingo que vem, no Morumbi. O jogo deve valer vaga nas semifinais do campeonato e pode ser o primeiro a reunir mais de 50 mil pessoas de duas torcidas da capital desde julho do ano passado. Para a PM, o comportamento das torcidas dentro dos estádios está razoável, mas os momentos críticos são a chegada e a dispersão dos torcedores. Tanto que a maior parte do policiamento de domingo ficará em estações de metrô, pontos de ônibus e outros locais onde as torcidas costumam se encontrar. A PM informou ainda que está recebendo denúncias anônimas de torcedores sobre possíveis atos de violência programados por facções das organizadas. As torcidas comemoram a possível volta. Para Valderi Sales de Barros, o Manequim, presidente do Movimento das Torcidas Organizadas, a proibição deveria acabar logo. "Nosso direito de ir e vir está cerceado. Não somos um bando de marginais. O movimento é uma resposta para a sociedade do que estamos querendo fazer. Queremos a paz", diz.

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