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Felipão e Autuori: críticas e pressão

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Por Agencia Estado
Atualização:

Luiz Felipe Scolari e Paulo Autuori tiveram uma quarta-feira de recolhimento e reflexão. Os dois treinadores brasileiros vivem a aventura de dirigir seleções no Exterior e nesta quinta-feira sentiram que as críticas por derrota não diferem muito daquelas que já receberam por aqui. O primeiro sofreu restrições pelo desempenho irregular de Portugal no amistoso com a Itália. O segundo ficou com as orelhas ardendo de tanto que falaram mal do Peru no tropeço diante da Colômbia. Os portugueses ficaram muito desapontados com os 2 a 1, de virada, em favor da ?Squadra Azzurra?, no duelo no estádio de Braga. Para compensar a tristeza, o jornal Correio da Manhã aproveitou o 1º de abril para ?demitir? Felipão. O diário escreveu que o treinador havia decidido abandonar o cargo, por temer fiasco na Eurocopa, da qual o país será anfitrião. No meio do dia, depois de repercussão inicial, os responsáveis pela publicação lembraram que se tratava apenas uma forma de manter viva a tradição de pegadinhas do Dia da Mentira, na Europa conhecido como "Dia dos Inocentes?. Felipão preferiu não se manifestar, mas também não achou muita graça na história. Verdadeiras, no entanto, foram as críticas à seleção que dirige há quase um ano e meio. A instabilidade do time foi destacada em manchetes. "Mamma mia", estampou O Jogo. "20 Minutos não é pouco, rapazes?", questiona A Bola, ao referir-se apenas ao bom começo. Na noite de quarta-feira mesmo, Felipão admitiu que Portugal jogou bem só uma parte do duelo com os italianos, reconheceu que a derrota prejudica a credibilidade do grupo, mas não jogou a toalha. "Estou otimista", avisou o campeão do mundo. "Ainda somos candidatos ao título", emendou. Explicação que não convenceu Nuno Pinto da Costa. O presidente do Porto malhou Felipão e ainda foi irônico. "Não sou contra o treinador", adiantou. "Sou contra quem o mantém no posto", assegurou. "Parece que todo mundo tem medo de falar da seleção e de criticar." Mais radical foi a reação dos peruanos, depois da queda em Lima. "Fomos atropelados", afirmou Ojo. "Ficou barato... a Colômbia poderia ter goleado", apontou La Republica. O Correo não deixou por menos. Em seu comentário, lembrou que Autuori não gosta muito de mexer no time e foi coerente. "O Peru não jogou nada desde o início e o treinador não fez nada para mudar." O vice-presidente do país, David Waisman, foi além. Em entrevista a uma rádio de Lima, pediu a renúncia de Autuori. O técnico assumiu a culpa pela humilhação, mas não parece disposto a sair. O Peru tem 5 pontos, depois de perder por 2 a 0 para a Colômbia.

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