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Felipão leva "jeito mineiro" à seleção

Por Agencia Estado
Atualização:

A visível mudança de estilo mostrada pelo técnico Luiz Felipe Scolari nas entrevistas concedidas esta semana, após assumir a seleção brasileira - em comparação à complicada relação que mantinha com a imprensa nos tempos de Grêmio e Palmeiras -, foi atribuída, pelo próprio treinador, ao "aprendizado?? que teve em Belo Horizonte, nos 11 meses em que treinou o Cruzeiro. Bem-humorado e respondendo pacientemente a todas as perguntas nas coletivas de que participou em Brasília e no Rio, Scolari disse que descobriu, em Minas Gerais, como tratar com mais cordialidade jogadores, torcedores e jornalistas. "Aprendi a ser político com o povo mineiro??, disse Felipão. "Aprendi a lidar com a imprensa e pretendo ter, agora, um relacionamento cordial com os atletas e com as pessoas que cercam a seleção??, acrescentou. Ao aceitar o convite para treinar o Cruzeiro, ainda no primeiro semestre de 2000, Scolari disse que sua decisão foi influenciada por vários fatores. Além da boa estrutura de trabalho oferecida na Toca da Raposa, um dos melhores centros de treinamento do País, as opiniões da mulher e dos dois filhos, que viam na capital mineira um local tranqüilo e com boa qualidade de vida, foram fatores determinantes, como admitiu o próprio treinador. Ao contrário dos tempos em que comandava o Palmeiras, quando raramente era visto nas ruas de São Paulo, Scolari, graças à boa adaptação e ao "clima excelente?? que encontrou no novo clube e na cidade, passou a ser figura fácil em locais públicos de Belo Horizonte. Um de seus preferidos era a pista de cooper em torno da Lagoa da Pampulha, zona norte da cidade, a mesma onde se instalou com os familiares. O técnico fazia suas corridas pela manhã, antes dos treinos, e, conforme declarou em várias ocasiões, era sempre cumprimentado por torcedores do Cruzeiro e até do Atlético-MG. "O carinho em Minas faz a gente se sentir muito bem??, disse, ano passado, como parte das explicações sobre a recusa de assumir a seleção, logo após a saída de Wanderley Luxemburgo. Outro motivo teria sido "a dificuldade no trato com a imprensa??, principalmente a paulista e a carioca. Mudança - Na emocionante e descontraída despedida de dirigentes e jogadores cruzeirenses, nesta quinta-feira, Scolari afirmou que pretende continuar morando na capital mineira pelo menos até o final de julho. Depois disso, muda para o Rio, para São Paulo ou pode até retornar a Porto Alegre ou a Caxias do Sul. "Meu filho de 17 anos presta vestibular no meio do ano??, afirmou o treinador, indicando que o local da faculdade em que o filho for aprovado poderá influenciar a escolha. "Tenho de conversar com a família porque tudo (a ida para a seleção) aconteceu muito depressa e ainda não definimos os planos??, acrescentou. Scolari, que reuniu-se nesta quinta-feira com o auxiliar Flávio Murtosa - os dois definiriam planos para os treinamentos da seleção, a partir de segunda-feira -, também agradeceu ao presidente do Cruzeiro, José Perrella de Oliveira Costa, por não ter colocado objeções à sua saída do clube. No contrato, que iria até dezembro de 2002, não havia previsão de multa, mas o dirigente poderia cobrar uma rescisão na Justiça trabalhista. "Duas pessoas marcaram as etapas mais importantes da minha vida: o ex-presidente do Grêmio Fábio Koff, que me manteve no cargo em 1993, apesar de uma série de derrotas, e agora o Zezé (Perrella), que me liberou para a seleção??, disse Felipão. Ele garantiu ainda que, "apesar de ser gaúcho??, estará levando um pouco de "Minas para a seleção??.

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