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Felipão: o São Paulo que se cuide

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Por Agencia Estado
Atualização:

"O São Paulo deve tomar caldo de galinha, se prevenir. O Antônio Lopes é um ótimo técnico, assim como o Paulo Autuori. O São Paulo que se cuide." O aviso é de Luiz Felipe Scolari, o técnico pentacampeão do mundo e que atualmente comanda a seleção portuguesa. E ele sabe do que está falando - seu desempenho na Libertadores é invejável. Das cinco vezes que disputou o torneio, ganhou duas - Grêmio e Palmeiras. Além disso, foi vice em uma, com o Palmeiras, semifinalista em outra, com o Grêmio, e foi às quartas-de-final com o Cruzeiro. De férias no Rio Grande do Sul, Felipão falou com a Agência Estado e demonstrou o quanto é apaixonado pela Copa Libertadores da América. Ele, inclusive, foi o último brasileiro a ganhar o torneio, com o Palmeiras, em 1999. Agência Estado - Você e o Telê Santana despertaram o interesse do Brasil para a Libertadores. Por que ninguém dava valor? Luiz Felipe Scolari - O que o Telê Santana fez com o São Paulo foi fantástico. Os brasileiros viam como um torneio sem importância. Os argentinos, os uruguaios, os paraguaios aproveitavam e ganhavam. Começamos a entender a importância de vencer. E a nos planejar com a seriedade deles. O Brasil passou a ganhar. AE - Os dirigentes também começaram a entender a sua importância e priorizar a disputa. Felipão - É verdade. Sem abrir mão de competições importantes não se ganha a Libertadores. Assim aconteceu com o Palmeiras. Cheguei a disputar uma partida final do Campeonato Paulista com jogadores diferentes dos que colocaria. A diretoria me apoiou e deu tudo certo. AE - Qual a maior alegria que você teve na Libertadores? Felipão - Foi vencer com o Palmeiras. O clube nunca havia vencido a Libertadores. O Santos e o São Paulo já. Eu consegui trazer aquela coisa do Sul, de futebol competitivo, de união. De preparar o time jogo por jogo. Estudar adversário, o comportamento dos juízes. Conseguimos formar um grupo maravilhoso. Teve a vitória contra o Corinthians, quando o grupo e os torcedores começaram a ter a sensação que já tinham vencido a competição. Tivemos de recuperar a concentração para vencer. A festa foi fantástica, inesquecível. AE - A maior decepção? Felipão - Foi também com o Palmeiras. Perder a decisão por pênaltis do Boca Juniors em casa foi muito triste. Eu havia renovado o grupo em 40%, e ninguém acreditava que iríamos tão longe. Não tenho o que reclamar, porque a campanha foi maravilhosa. AE - Você sente orgulho pelo Brasil ter dois times decidindo a Libertadores? Felipão - Sim. Sei que eu tive uma pequena participação nessa valorização da competição. Eu e o Telê Santana nestes últimos anos. O Autuori e o Antônio Lopes disputam quem vai nos igualar em dois títulos. Assim como foi o Lula do Santos na década de sessenta. AE - Quem ganha? Felipão - Não sei. Queria estar no lugar do Autuori ou do Lopes. O São Paulo é favorito por jogar em casa, mas o Atlético cresceu muito.

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