
27 de janeiro de 2016 | 17h47
Desde o ano passado, vários clubes brasileiros tem sofrido com o assédio de times chineses, que levaram alguns dos principais jogadores. O Palmeiras conseguiu o efeito contrário e até contratou Rafael Marques, que pertencia ao Henan Jianye. O jogador afirma que não recomenda para nenhum companheiro a transferência para a China, já que sofreu bastante durante o tempo que esteve lá.
"Deixei bem claro para meus procuradores que, se dependesse de mim, eu passaria a verdade, a real do clube. Quando fui contratado, perguntei se tinha estrangeiro e falaram que não, para não me passarem informações. Mas tinha um angolano e um português. Não sei se teve sondagens aqui, mas se me perguntassem, eu falaria a verdade. Passei por muita coisa ruim”, lembra o atacante, que relatou até ter visto agressão durante um treino.
“Houve agressão no vestiário, de treinador em jogador e isso é uma coisa que eu não aceito, não acho certo. Me incomodou muito e vi umas duas ou três atitudes como essa”, relembrou o atacante, que por diversas vezes disse, no ano passado, que não queria voltar a jogar na China.
Rafael Marques acredita que embora tenham gastos milhões em contratações de jogadores e treinadores brasileiros, o futebol chinês ainda precisa de muita evolução para melhorar.
“Vai levar um tempo e por enquanto não está nem no nível de Japão e Coreia. É uma cultura diferente e tem o jeito deles de agir meio que de ditador, de querer comandar do jeito deles. Não basta ter dinheiro, tem que ter a mentalidade aberta e querer evoluir. Pode levar os melhores jogadores do mundo que isso não vai mudar”, disse o jogador.
Após uma longa negociação, o Palmeiras acertou a contratação de Rafael Marques, que no ano passado marcou 15 gols e acabou a temporada como vice-artilheiro do time.
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