Agora, é com o governo. O presidente Fernando Henrique Cardoso autorizou o ministro do Esporte e Turismo, Carlos Melles, a dar andamento as propostas de reestruturação da Justiça desportiva e as que foram sugeridas pela CPI para moralizar o futebol brasileiro. Também recebeu seu aval para idéia de delegar a uma comissão a tarefa de propor medidas de segurança para os estádios. O ex-ministro da Justiça José Gregori chegou a coordenar um trabalho com essa finalidade, após o desabamento do alambrado do estádio São Januário, no Rio de Janeiro, na final do Campeonato Brasileiro em dezembro do ano passado. Mas nada de expressivo foi feito desde então. A informação sobre a determinação do presidente é do líder do governo no Senado, Artur da Távola (PSDB-RJ). Ele conversou com Fernando Henrique na quinta-feira, quando lhe entregou o relatório da comissão, aprovado por 12 votos a zero. O senador disse que a sua reação sobre a adoção de uma agenda positiva para o futebol "foi a melhor possível". "Imediatamente, ele concordou com a idéia", contou. Ex-relator da Lei Zico e da Lei Pelé, Artur da Távola é tido como um dos parlamentares que mais entende de futebol. Disciplina - O líder disse que entre as medidas apoiadas pelo governo está a de criar, como sugeriu a CPI, a Agência Reguladora para o Desporto, que funcionaria nos moldes das agências que regulamentam setores vitais da economia brasileira, como energia e telecomunicações. Outra proposta é a de criar um novo código de disciplina para o futebol e a de reestruturar a Justiça Desportiva, instalando em Brasília um tribunal superior encarregado de julgar litígios entre atletas, clubes e as ligas de futebol. Tem também o apoio do governo a criação de um fórum nacional para analisar as relações de trabalho entre os clubes e os atletas. Artur da Távola acredita que a iniciativa servirá para acabar com as brechas que propiciam uma série de irregularidades no futebol. "Está exatamente aí as causas da corrupção", defende.