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Fifa decide entrar no Caso Serginho

Por Agencia Estado
Atualização:

A Fifa irá entrar no caso da morte de Serginho. Em entrevista exclusiva para a Agência Estado, o chefe do departamento médico da entidade máxima do futebol, Jiri Dvorak, informa que irá pedir informações sobre a tragédia assim que a polêmica jurídica for solucionada no Brasil, na próxima semana. Com as informações, a Fifa irá avaliar tanto as causas da morte como o tratamento que foi realizado. "Estamos esperando até que o caso esteja fechado e então pediremos as informações para iniciar nossa avaliação", afirmou Dvorak. Com as informações em mãos, a Fifa irá examinar qual foi o problema de saúde que gerou a morte do jogador e ainda investigará se a administração do caso poderia ter sido melhor conduzida. Nenhuma medida disciplinar, porém, está sendo pensada. Dvorak, que trabalha há dez anos na Fifa, conta que no caso da morte do jogador de Camarões, Mark Vivien Foe, em 2003, todos os procedimentos médicos foram conduzidos de forma correta, embora o atleta não tenha sobrevivido. Mesmo assim, a investigação interna da Fifa provou ser fundamental a existência de equipamentos nas proximidades do campo para o atendimento. "Desde então, pedimos que todas as competições da Fifa tenham todos os equipamentos necessários em cada estádio", afirmou o médico. Uma vez feita a avaliação sobre o caso de Serginho, Dvorak aponta que recomendações serão feitas ao Brasil, assim como a outras federações. A idéia da Fifa é a de utilizar o caso na campanha de conscientização que começa a ser promovida desde hoje em todo o mundo sobre a importância da prevenção de doenças cardíacas. "Queremos que todos estejam conscientes dos problemas e que certos sintomas podem ser os primeiros sinais de um problema cardíaco que deve ser avaliado e acompanhado. Estamos fazendo recomendações e é nisso que a Fifa pode colaborar hoje", afirma o médico, revelando que a entidade iniciará uma campanha de informação sobre o tema com todas as federações nacionais. ÍNDIA - Dvorak conta que também está acompanhando de perto as investigações sobre a morte do brasileiro Cristiano Lima Junior, que atuava na Índia. "Ainda não recebemos o atestado de óbito completo sobre esse caso, mas também estamos solicitando informações e vamos fazer nossa avaliação", disse. No caso de Junior, um dos argumentos de seu time, o Dempor, foi de que não havia equipamentos adequados no estádio para socorrer ao jogador. A Fifa reconhece que um dos desafios na prevenção de mortes é a falta de recursos em algumas áreas do mundo para equipar estádios com os instrumentos necessários. "É uma situação que devemos enfrentar", admite o chefe do departamento médico da Fifa. Dvorak, porém, rejeita a tese de que o número de mortes esteja aumentando no futebol. Ele também rejeita o argumento de que essas mortes estejam sendo causadas por um esforço físico que vai além das condições dos atletas. "A maioria dos casos de morte súbita por causa de doenças cardíacas está relacionada com doenças congenitas. Não há dados científicos de que há um aumento no número de mortes. Esse problema sempre existiu", conclui.

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