Fifa reitera: 'não existe nova interpretação em lances de bola na mão'

Entidade máxima do futebol não polemiza com as acusações recebidas da CBF, mas descarta alterações na regra do jogo

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Por Jamil Chade - correspondente em Zurique
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A Fifa volta a insistir: não existe qualquer tipo de mudança nas regras nem na interpretação sobre a "bola na mão" no futebol. Três dias depois da polêmica em relação à arbitragem brasileira, a entidade máxima do futebol reforçou o recado de que não existem mudanças. "Não existem mudanças na interpretação", garantiu a entidade, em e-mail. A Fifa não entrou em detalhes sobre as acusações da CBF de que "tinha provas" de que a entidade recomendou a modificar a forma de avaliar cada jogada.

Nas últimas semanas, a arbitragem do Campeonato Brasileiro tem causado diversas polêmicas, em especial por causa de lances de mão na bola. A diretriz da CBF sobre a "mão na bola" aponta para uma direção exatamente contrária à avaliação da Fifa. A recomendação "pune a mão intencional com o toque teoricamente não proposital e intensifica as marcações de infrações, mas levando em consideração fatores como a distância entre o atleta que tocou na bola e aquele que chutou". Na prática, a recomendação restringe a interpretação de que possa haver um movimento de bola na mão.

Os erros da arbitragem no jogo entre São Paulo e Flamengo revoltou Vanderlei Luxemburgo Foto: Alex Silva/Estadão

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Na Fifa, a recomendação surpreendeu. Segundo Massimo Busacca, chefe da Arbitragem da entidade, "não se pode dar falta a qualquer toque de mão. Isso é um absurdo", declarou na quarta-feira. Para ele, o que precisa ser pensado é se a mão de um jogador estava ou não no local de forma "natural ou não-natural". "Um jogador precisa de sua mão e de seu braço para correr, para se equilibrar e para saltar", disse. "Não se pode jogar sem mão." Para ele, questionar isso é "desrespeitar o atleta". 

Outro fator, segundo ele, que precisa ser avaliado é se o toque foi "intencional ou não". "Quando um jogador tenta fazer o corte usando a mão, isso deve ser punido", disse. 

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