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Futebol, seus bastidores e outras histórias

Opinião|Flamengo age sozinho para levar o torcedor aos estádios enquanto CBF e clubes preferem esperar

Clube carioca atropela rivais, dá de ombros para união dos times e pega seu próprio caminho contra a covid-19

Foto do author Robson Morelli
Atualização:

O que fazer com o Flamengo depois que a CBF e os 19 clubes da Série A do Campeonato Brasileiro decidiram pela não liberação do torcedor nos estádios? A pergunta se faz necessária uma vez que o clube rubro-negro tem uma liminar para atuar dentro do Rio, no Maracanã, com a presença de público em três partidas, uma de cada competição: Libertadores, Copa do Brasil e Brasileirão.

O Flamengo não mandou representante para o encontro na sede da entidade máxima do futebol nesta quarta-feira porque entende que não é a CBF a definir a abertura ou não dos portões no futebol. O Flamengo caminha com as próprias pernas para tudo que deseja, mesmo que isso envolva outras agremiações. Tem sido assim na gestão do presidente Rodolfo Landim.

Na direção contrária dos rivais, Flamengo tem liminar para receber público no Maracanã Foto: Marcelo Cortes/CRF

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O Fla esteve com o presidente Jair Bolsonaro em Brasília por ocasião da tentativa de mudar a lei dos mandantes. Agora, com uma liminar nas mãos, começa a vender ingressos para os jogos contra o Grêmio. Serão dois. O primeiro pela Copa do Brasil e o segundo pelo Nacional. Tem ainda a partida diante do Barcelona de Guayaquil, pela Libertadores. O Flamengo dribla todos os seus parceiros da tabela. Dá de ombros para encaminhamento em comum a todos e age sozinho, lembrando o que fazia Eurico Miranda no Vasco tempos atrás, antes de morrer. Tudo para o Vasco e nada para os outros, este era o lema. Em sua petição, o clube carioca ficará responsável pela organização e envelopamento do Maracanã, fazendo valer todos os protocolos de segurança por causa da covid-19. As três partidas serão em setembro.

O Flamengo encara o desafio como evento-teste. Enquanto isso, os demais 19 clubes chegaram à conclusão que nada muda sobre a matéria em setembro, e que a volta do torcedor ficará para uma nova reunião em outubro quando, espeva-se, a pandemia esteja mais bem controlada.

Mas se o Flamengo pode, por que os outros não podem? Primeiramente porque os times do Rio entendem que não é hora de reunir gente nos estádios. Ainda há muita preocupação com a transmissão do vírus delta da doença. O Rio é refém da pandemia, com crescimento no número de mortes e alguma estabilidade vez ou outra na contagem diária.

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Para os dirigentes do Rubro-negro, tudo já caminha para a abertura e não há razão para deixar o torcedor por mais tempo longo dos jogos. O Fla espera arrecadar R$ 10 milhões com as bilheterias nessas três partidas. Não é pouco. Ajudaria qualquer um dos 19 clubes que estiveram reunidos com a CBF. Mas só o Flamengo terá isso. Não tenho dúvidas de que o Fla virou o time a ser batido em campo. E agora não somente por causa do elenco forte que tem e do favoritismo em todas as competições que joga. Sua diretoria desafia todos os outros times com manobras isoladas nos bastidores. Tem pegado mal. De qualquer forma, não está descartada a possibilidade de a liminar cair. Por enquanto, o clube tem autorização para vender até metade dos lugares no Maracanã.

Opinião por Robson Morelli

Editor geral de Esportes e comentarista da Rádio Eldorado

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