A Organização das Nações Unidos (ONU) se recusou a dar seu apoio ao Flamengo para conseguir que a Fifa limite a altitude das partidas de futebol. O presidente do clube, Márcio Braga, que está passando a semana na Suíça para fazer lobby em favor da restrição, esteve nesta segunda-feira na Corte de Arbitragem do Esporte e nesta terça se reúne com dirigentes das Nações Unidos. Até o fim da semana, Braga também irá à Fifa. O Flamengo, porém, queria que a ONU declarasse que jogar acima de uma determinada altitude poderia ser prejudicial à saúde. A entidade se recusou a entrar no assunto e ainda avisou a Braga, que se o Flamengo insistir no assunto, vão simplesmente cancelar a reunião marcada para esta terça, em Genebra. Para as Nações Unidas, esse não é um tema para a entidade, ainda que o Flamengo insista que se trata de uma questão também de direitos humanos. Os representantes da ONU se surpreenderam, porém, diante da decisão do Flamengo de convocar uma conferência com a imprensa internacional na sede suíça das Nações Unidas. Surpresa ainda maior foi o fato de que a conferência tenha sido organizada pela embaixada do Brasil, o que poderia significar um envolvimento do governo brasileiro na questão. O Flamengo iniciou sua guerra contra o futebol na altitude no ano passado, depois de enfrentar o Real Potosí, da Bolívia, a quase 4 mil metros de altitude, em jogo da Libertadores. Braga anunciou que o clube não jogaria mais em tais altitudes, nem que isso significasse perder jogos por WO - mas, neste ano, disse que a equipe enfrentará o Cienciano em Cuzco, no Peru, cerca de 3.300 metros acima do nível do mar. No ano passado, a Fifa decidiu proibir jogos internacional em altitudes superiores a 2.500 metros, mas recuou diante da pressão do governo boliviano e transformou a proibição em recomendação - não acatada neste ano pela Conmebol para a Libertadores.