
16 de julho de 2018 | 04h00
Just Fontaine é um senhor de 84 anos que há 60 entrou para a história como o maior artilheiro de uma Copa. Foram 13 gols na de 1958, vencida pelo Brasil. Vestia a camisa da França, mas nasceu em Marrakesh, Marrocos. Filho de um francês e uma espanhola. Revelação na Rússia, Mbappé fez quatro tentos na campanha do título, um na final. Ele é filho de um camaronês com uma argelina.
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Separados por seis longas décadas, Fontaine e Mbappé comprovam o que sempre se soube e muitos só perceberam agora: a França é tradicionalmente formada por filhos das colônias. E cada vez mais por descendentes de africanos, da parte branca, com presença árabe; e da ala negra do continente.
A mistura de raças que forma o povo brasileiro e a seleção cinco vezes campeã também se observa no time gaulês. Isso porque a miscigenação em solo francês se acentuou nos últimos tempos, com a chegada de gente oriunda desses países que se tornaram independentes. A presença de atletas de diferentes origens na seleção campeã do mundo é mera consequência.
A França de todas as raças é mais forte, em que pese a existência dos que rejeitam migrantes, exceto quando se tornam vencedores empunhando a bandeira bleu, blanc, rouge. Três decisões e dois títulos em seis Copas, mais duas finais de Euro e outro troféu de campeão. De 11 certames internacionais, o time tricolor decidiu cinco. Cada vez mais, a França conta com a mistura de raças, e assim também se torna grande no futebol.
*MAURO CEZAR PEREIRA É COLUNISTA DO ‘ESTADÃO’ E COMENTARISTA DA ESPN
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