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FPF muda estatutos e vira empresa

A Federação Paulista de Futebol passa a pagar Imposto de Renda à Receita Federal e seu presidente, Eduardo José Farah, vai receber um salário fixo de R$ 20 mil.

Por Agencia Estado
Atualização:

A Federação Paulista de Futebol vai se profissionalizar de vez. Com a mudança de estatutos que deverá ser aprovada em assembléia geral, este ano, vai se transformar, depois de 100 anos, em uma entidade com fins lucrativos. Melhor para a Receita Federal, já que a FPF passará a pagar Imposto de Renda. Se fosse no ano passado, teria que recolher 27,5% de seus lucros, cerca de R$ 1 milhão. "Esta é uma mudança necessária", explica o presidente Eduardo José Farah. A passagem para uma entidade com fins lucrativos é decorrência da Lei Pelé. Assim, as federações poderão contratar diretores remunerados, melhorando o nível dos profissionais do futebol. O próprio Farah deverá ter um salário, já que atua em tempo integral. A diretoria é que deverá estabelecer o salário que, segundo o presidente, será metade do que ganhar Ricardo Teixeira na CBF, ou seja, cerca de R$ 20 mil. "Este é um salário de um alto executivo de uma empresa do porte da FPF", justifica o dirigente. Para um diretor remunerado, Farah acredita que um salário entre R$ 8 mil e R$ 12 mil seria compatível com o mercado. Além de facilitar todas as operações da Federação, o presidente poderia até pagar jetons (remuneração extra) para reuniões de diretoria. Farah, entretanto, deverá ter somente mais um ano de mandato. Depois passará a se dedicar apenas à Liga de Futebol Rio-São Paulo, a qual deverá dirigir. Ao contrário da FPF, a Liga será, do ponto de vista jurídico, uma sociedade limitada. Em sua gestão de 15 anos à frente do futebol paulista, Eduardo José Farah nega que tenha utilizado dinheiro da entidade para pagar comissão de serviços prestados a amigos pessoais. A mesma acusação já foi feita ao presidente da CBF, Ricardo Teixeira, no caso do patrocínio da fabricantes de bebidas Ambev. Mostrando contratos assinados e o balanço anual da entidade, Farah explica que pagou comissões, por exemplo, à empresa B&B Comunicação Visual, de Bruno Balsinelli, que intermediou os contratos de patrocínio com a Kaiser e V.R. O diretor de marketing do Clube dos 13, Jaime Franco, por meio de sua empresa, também foi o responsável pelo contrato da FPF com a Eletropaulo. "Dentro da lei" - O caso mais recente é o da empresa Top Sports, responsável pelo sucesso da Copa Nordeste, que trouxe a Coca-Cola para patrocinar o campeonato entre times do Interior e o Juventus, que começa no próximo final de semana. "Todas estas transações foram pagas dentro da lei, aprovadas pelo Conselho Fiscal por Assembléia e constam do balanço", diz Farah. Os contratos com as redes Globo, Record, Manchete e Bandeirantes nunca implicaram em comissões para intermediários, a não ser contratos mais antigos com a TVA, que foram intermediados pela empresa Sports Promotion. "Além disso, nossa política é pagar comissões apenas no primeiro ano de vigência do contrato. A partir do segundo ano, as comissões deixam de ser creditadas". Farah deverá enviar cópias de todos esses documentos aos parlamentares que integram a CPI do Futebol, antes mesmo de ser alvo de uma denúncia. Farah assegura que jamais teve negócios ou criou empresas juntamente com as partes envolvidas. "Todos os negócios da FPF são regidos por princípios comerciais", explica o dirigente que reassumiu na segunda-feira a presidência, depois de um período de licença. Nesta terça-feira, Farah estará lançando oficialmente em São Paulo a Copa Coca-Cola.

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