A competição também afirma uma nova geração de jogadores, a primeira a dar certo com a camisa azul desde que ídolos como Zinedine Zidane, Thierry Henry e Didier Deschamps deixaram os gramados. Dez anos depois de chegar à final da Copa do Mundo da Alemanha, em 2006, e perder nos pênaltis para a Itália, a França encerra um longo jejum de frustrações. E mais uma vez o reencontro entre a torcida e a equipe se dá em casa, onde os Bleus se mostram difíceis de serem batidos – uma lição que a Seleção Brasileira aprendeu no 3 a 0 de 1998.
Sem um ídolo indiscutível, da envergadura de Platini ou Zidane, a equipe de Deschamps deixou de lado nomes experientes, como Ribéry e Benzema, e apostou tudo na renovação. Atletas como Pogba, Payet e Giroud se afirmaram na equipe, mas nenhum fez uma competição tão consistente quanto Antoine Griezmann, atacante do Atlético de Madrid. Depois de superar dois traumas em seis meses – sua irmã sobreviveu ao atentado de 13 de novembro de 2015 na casa de shows Bataclan, e seu clube perdeu uma final de Champions League depois que ele próprio desperdiçou um pênalti – o jovem de 25 anos, admirador do futebol sul-americano, ganhou status de ídolo na França e já é tido como um dos candidatos à Bola de Ouro de 2016.
Renovada, a equipe de Deschamps tem agora como desafio confirmar o favoritismo. Para Joachim Löw, técnico da Alemanha, eliminada na quinta-feira, não restam muitas dúvidas de qual é a melhor equipe na final da Euro 2016. "Creio que a França vencerá Portugal, que não mostrou grande coisa até aqui", disse Löw, sem esconder uma pitada de amargura – e de arrogância. "Ainda que nós tenhamos sido melhores."