Os jogadores de futebol estão se transformando em um dos alvos preferidos dos seqüestradores na Argentina. Uma pesquisa do Centro de Estudos Nueva Mayoría indicou que, desde janeiro de 2002, a cada 45 dias houve um seqüestro (ou uma tentativa) de um jogador ou de algum integrante de sua família.Os jogadores transformaram-se em uma suculenta fonte de dinheiro fácil para os criminosos argentinos, já que costumam trafegar sem seguranças pelas ruas. Além disso, muitos deles trabalham no exterior, recebendo elevados salários em dólares - nestes casos, a preferência dos seqüestradores são os parentes do jogador, que continuam residindo na Argentina.Do total dos seqüestros analisados na pesquisa, 80% referem-se a jogadores e seus parentes. Os 20% restantes envolvem técnicos ou diretores dos times. Do total, 75% dos seqüestros foram concretizados, enquanto que 25% ficaram só na tentativa.Os casos mais famosos foram o seqüestro de Christian Riquelme, irmão do jogador Juan Román Riquelme (ex-jogador do Barcelona), e o de Florencia Macri, irmã do presidente do Boca Juniors, o milionário Maurício Macri.O temor aos seqüestros está alterando os planos de diversos jogadores argentinos que, após um período na Europa, pretendiam retornar à Argentina. Esse é o caso de Matías Almeyda (ex-River e ex-Inter de Milão), da seleção argentina, que nesta semana anunciou inesperadamente que havia mudado de idéia sobre voltar a se instalar na Argentina.Assustado, ele cancelou seu contrato com o Independiente. Almeyda declarou que voltaria a residir na Europa e que levaria seus pais consigo. Segundo ele, fontes policiais lhe informaram que parentes seus estavam correndo um elevado risco de serem seqüestrados em breve.