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Futebol feminino perde R$ 4,8 bi por ano em patrocínio, aponta consultoria

Especialistas apontam que audiência da Copa do Mundo pode mudar cenário para o futuro

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Por Redação
Atualização:

O futebol feminino deixa de faturar US$ 1,2 bilhão (R$ 4,8 bilhões) em patrocínios por ano em comparação com o masculino no mundo todo. Essa é uma das principais conclusões de uma pesquisa realizada pela consultoria Brand Finance, empresa independente de avaliação e consultoria de marcas, com escritórios em mais de 25 países. O estudo foi divulgado neste mês.

Megan Rapinoe é o principal símbolo da luta das jogadoras da seleção dos EUA por melhores salários Foto: Brad Penner-USA TODAY Sports

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A consultoria aponta que o caminho para as mulheres reduzirem essa defasagem está na busca de novos e melhores contratos - paralelos e independentes ou não do futebol masculino. A audiência da Copa do Mundo de 2019, realizada na França e que teve os Estados Unidos como campoeão, é um fator que também pode impulsionar essa valorização da modalidade. No Brasil, o torneio foi exibido em TV aberta pela Globo, em uma repetição do ocorreu em 2015, na Band.

"Está claro que existe uma lacuna monumental no mercado de patrocínio de futebol feminino. Acordos recentes são passos na direção certa para utilizar o aumento da popularidade do esporte. Como o futebol feminino ganha mais atenção globalmente, após o sucesso da Copa do Mundo, sem dúvida veremos uma mudança mais permanente na dinâmica dos negócios, bem como na dinâmica social do futebol”, acredita David Haigh, CEO da Brand Finance.

No Brasil, existem acordos pontuais que apontam uma mudança de cenário. Na semana passada, o Corinthians anunciou um novo patrocinador para a equipe feminina. Trata-se da Estrella Galícia, marca de cerveja espanhola, que já patrocinava o time masculino desde o segundo semestre de 2016. O contrato com o feminino será válido até 31 de dezembro de 2021. A logomarca da empresa ficará estampada nos ombros da camisa de treino da equipe e será exposta na comunicação do time, como placas de publicidade nos campos.

As novas plataformas digitais também são um caminho para a valorização do futebol feminino, pois elas permitem que os próprios atletas atraiam clubes e patrocinadores por redes virtuais. "Para crescer, todo esporte precisa se desenvolver e criar atratividade dentro do mercado. É necessário um trabalho de marketing para garantir visibilidade do time feminino para a torcida, por exemplo", afirma José Pedro Mello, CEO da Atletas Now, startup da área esportiva que aproxima atletas, clubes e patrocinadores. "As novas plataformas que estão trabalhando pelo desenvolvimento do esporte contribuem com a questão da visibilidade e do reconhecimento dos atletas", afirma Mello.

Mello avalia que a tecnologia pode contribuir com o avanço da modalidade no Brasil, ao lado da ação dos clubes e das confederações. "A tecnologia é um facilitador, seja para descobrir talentos, transmitir partidas ou conseguir patrocinadores. Acredito no trabalho de construção, com investimento nos torneios e na estrutura interna dos próprios clubes", avalia. A CBF contratou recentemente a sueca Pia Sundhage para comandar o time de Marta. Espera com isso melhorar a qualidade do futebol brasileiro, inclusive das bases. No fim deste mês, o Pacaembu recebe um torneio de futebol feminino que terá, além do Brasil, Argentina, Chile e Costa Rica.

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