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Futebol lança nova safra de treinadores

Por Agencia Estado
Atualização:

A crise financeira dos clubes e, conseqüentemente, a impossibilidade de contratar medalhões pôs na vitrine jovens e competentes técnicos do futebol brasileiro. No ano passado e no início deste temporada, vários novatos ganharam destaque e começaram a aparecer em grandes equipes do País. Agora, trabalham para consolidar a carreira e buscam seus primeiros títulos. Os exemplos são inúmeros: Zetti, do Paulista, Evair, do Vila Nova-GO, Paulo Bonamigo, do Atlético-MG, Cuca, do São Paulo, PC Gusmão, do Cruzeiro, Zé Teodoro, do Náutico, Adílson, do Grêmio, Agnaldo, do Vitória... E muitos dos veteranos, e até pouco tempo atrás caros, vêem seu espaço cada vez mais reduzido. Carlos Alberto Silva, que fez sucesso em São Paulo, está no América-MG. Evaristo de Macedo e Valdir Espinoza estão vivendo de renda. Tite aguarda propostas, assim como Vanderlei Luxemburgo. Uma boa parcela de treinadores viu o mercado se fechar e correu para centros alternativos. Candinho, Paulo César Carpegiani, Cabralzinho, entre outros, foram para o mundo árabe. Ganham bastante dinheiro, é verdade, mas desapareceram. Estão bem longe da elite do futebol. Ascensão meteórica - Menos de dois meses depois de ser efetivado como treinador do Cruzeiro, Paulo César Gusmão, o PC, poderá conquistar o primeiro título no exercício da nova função. A equipe comandada pelo ex-auxiliar de Vanderlei Luxemburgo decide hoje o Campeonato Mineiro - pode até perder por um gol de diferença para o Atlético. Sua primeira preocupação é em se desprender do rótulo de discípulo de Luxemburgo. "Eu já era treinador quando fui trabalhar com o Vanderlei", argumenta. De fato, o treinador do Cruzeiro já dirigiu, em curtos períodos, as equipes profissionais do Palmeiras e do Vasco. Desta vez, porém, tem a melhor oportunidade de alçar vôo solo. "Nunca escondi de ninguém que meu projeto era ser treinador e no período em que trabalhei como auxiliar tive propostas de grandes clubes", enfatiza. PC Gusmão assumiu o clube mineiro em um momento delicado, no fim de fevereiro, após a saída de Luxemburgo, que entrou em rota de colisão com a diretoria. Mas deu conta do recado. O adversário de PC na tarde de hoje, o Atlético, tem também um jovem técnico no comando: Paulo Bonamigo, um gaúcho de 43 anos. Mesmo depois de classificar o Coritiba para a disputa da Libertadores deste ano, Bonamigo optou por se transferir para o Atlético-MG, time que dirigirá no Campeonato Brasileiro-2004. Com um time de "operários", sem jogadores de renome, o treinador tenta levar a equipe à conquista de seu segundo título nacional, já que o clube mineiro venceu a primeira edição da competição, em 1971. Desde que chegou ao Atlético, Bonamigo acumula um retrospecto positivo. Em 19 jogos oficiais foram 12 vitórias, quatro empates e três derrotas. Seus principais títulos como técnico são o da Copa João Havelange pelo Remo, em 2000, e o do Campeonato Paranaense pelo Coritiba, no ano passado. Aos 39 anos, Evair Aparecido Paulino, o Evair, chamado de ?El Matador? nos tempos de artilheiro, tem motivos de sobra para festejar o início de sua nova carreira. Como jogador, conquistou títulos e fez partidas memoráveis. E, como técnico, começa com o pé direito, no Vila Nova-GO. "Eu me habilitei a ser treinador com trabalho, suor e lágrimas", diz. "Tudo o que aprendi dentro de campo eu quero passar aos atletas que trabalharem comigo, no Vila ou em outra equipe." Evair já atrai interesse do Sport. Mas, antes de pensar em qualquer proposta, quer faturar o título goiano, hoje, contra o Crac, de Catalão. No Nordeste, Zé Teodoro, ex-lateral-direito do São Paulo, pode faturar o Campeonato Pernambucano, com o Náutico, que enfrenta o Santa Cruz. A missão não é das mais fáceis: terá de vencer por pelo menos dois gols de diferença. De qualquer maneira, o trabalho de Zé Teodoro vem agradando, e muito. Ele aceitou o desafio em janeiro, mas já faz projetos mais ambiciosos: o de vir a treinar um clube grande, como o São Paulo, e depois comandar a seleção brasileira. "Trabalho nessa direção." No Sul, Adílson Batista, discípulo de Felipão, desponta como treinador de personalidade, com futuro promissor. Em 2003, salvou o Grêmio do rebaixamento. Nesta temporada, tenta juntar os cacos para montar um time competitivo. Sua equipe aparece como favorita ao título gaúcho. No Estado de São Paulo, as portas se abriram para o ex-goleiro Zetti, do Paulista, de Jundiaí, e para o paranaense Cuca, que está no São Paulo. Zetti levou, de maneira surpreendente, o Paulista à final do Campeonato Estadual - eliminou, na semifinal, o Palmeiras. E Cuca, depois de excelente trabalho pelo Goiás no ano passado, busca vôos mais altos. "Nosso objetivo é conquistar a Libertadores." Classificou o São Paulo para as oitavas-de-final e, agora, tenta pôr o time nos eixos para brigar pelo título continental.

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