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Futebol, no Paraná, só por pay-per-view

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Por Agencia Estado
Atualização:

O futebol paranaense deu os primeiros passos em âmbito nacional para tentar romper, segundo os clubes, a relação de dependência com as emissoras de televisão de canal aberto na transmissão do Campeonato Paranaense. A competição está sendo transmitida no sistema pay-per-view pela Net Curitiba e a partir deste sábado, suas rodadas também serão mostradas para todo o Brasil, exceto o Paraná, pela National Sports Channel (NSC), da Tecsat. Para o próximo ano, os dirigentes pretendem implantar o Canal do Futebol, que será gerenciado pelos clubes e a Federação Paranaense de Futebol (FPF). Com a transmissão da Net, os clubes arrecadam 75% e a operadora fica com 25%. O presidente da FPF, Onaireves Moura, está otimista com o novo modelo, pois segundo ele, os clubes têm condições de arrecadar mais. ?Estamos prevendo arrecadar cerca de R$ 1 milhão somente com as vendas dos pacotes e comercializações?, disse. Mais realista, no entanto, o responsável pela área comercial da Net, Césio Luiz Pereira Oliveira, faz uma projeção menor. ?Apesar de começar a operar com o campeonato em andamento, vendemos cerca de mil pacotes nas duas primeiras rodadas e até o final do campeonato devemos vender aproximadamente quatro mil, entre pacotes e jogos avulsos?, afirma. Com essa previsão, o campeonato deve render cerca de R$ 500 mil para os clubes. A maior fatia desse dinheiro ficará com os clubes da capital, Atlético, Coritiba e Paraná, que ganharão 18% cada um, enquanto os times do interior ficam com 4% cada. Antes da Net comercializar o torneio, porém, a FPF tentou negociar o campeonato com a Rede Paranaense de Comunicação (RPC), ligada à Rede Globo, e também com a CNT, mas não houve acordo. ?Transmitimos o campeonato desde 2000, mas infelizmente neste ano não deu certo?, diz o chefe de Esportes da RPC, Gil Rocha. O setor comercial da emissora ofereceu R$ 750 mil, sendo R$ 250 mil em dinheiro e R$ 500 mil em publicidade, e não incluiria o custo de R$ 300 mil gastos em logística para as transmissões. No quadro atual, os clubes desembolsam R$ 7 mil para a Cromamix, empresa que é responsável pela geração das imagens. ?Não há necessidade de nenhum intermediário, o que reduz custos?, afirma Moura. O presidente do Coritiba, Giovani Gionédis, defendeu a virada nas relações dos clubes com a TV. ?O Coritiba ganharia R$ 38 mil em todo o campeonato e os clubes do interior R$ 9 mil. Agora tentamos uma nova fase em que os clubes sejam mais valorizados e possamos vender melhor o nosso produto?, afirmou. Além da Net, o empresário e jornalista Otávio Muniz também vai mostrar o campeonato Paranaense para o Brasil. Através da NSC (Canal 51 da Tecsat) ele pretende explorar as disputas regionais fora do eixo Rio-São Paulo. ?O Paraná tem jogadores na seleção, times que representam o país em competições internacionais e diversas atividades esportivas. É preciso mostrar que o futebol não se resume apenas aos grandes centros?, diz. Como terceira via, os clubes querem criar o Canal do Futebol. ?Será um canal para mostrarmos o nosso futebol e todas as atividades esportivas dos nossos clubes?, disse. Neste campeonato, a TV Paraná Educativa, estatal, transmite os jogos em VT, uma hora após o término das partidas.

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