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Futsal: Falcão vive noite de sonho

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Por Agencia Estado
Atualização:

Falcao, da Seleção de futsal, teve um Natal e tanto. O ala voltou ao Brasil ontem (24), trazendo na mala o ?melhor prêmio? de sua vida: segunda-feira, em Zurique, tinha sido eleito o maior jogador de futsal do mundo pela Fifa em 2004. Foi a primeira vez que a entidade premiou alguém da modalidade. ?Foi minha afirmação. Antes diziam que eu era o melhor do mundo, mas não era oficial. Não tinha a mesma graça?, diz o jogador, artilheiro do Mundial de Taiwan, disputado no início do mês, com 13 gols ? o Brasil ficou com o bronze. O paulistano nascido no Parque Edu Chaves, Zona Norte, teve o primeiro contato com o futsal no colégio, aos 8 anos. ?Sempre gostei de inventar, sempre após os jogos ou treinos ficava mais tempo na quadra para criar alguma jogada nova.? Aos 14, entrou no time do Corinthians. O empurrão foi do pai, João Eli Vieira, que jogava futebol de várzea. ?Era um capeta quando pequeno, e desde que me conheço por gente, estava sempre correndo atrás de uma bola de futebol. Minha mãe (Reinalma) me levava em lojas de brinquedo, mas eu só queria saber da bola?, conta. Da platéia do suntuoso teatro suíço onde a Fifa premiou os melhores do ano, Falcão agradeceu o inesquecível momento ao pai, falecido em janeiro. Anônimo, sentou-se ao lado de ex-craques do futebol de campo, como o alemão Franz Beckenbauer e o francês Michel Platini. Só foi reconhecido quando exibiram um clipe de 30 segundos que mostrava sua habilidade. ?Foram 30 segundos inesquecíveis, porque a cada caneta e chapéu, o público reagia com um ?oh?.? Depois da premiação, o brasileiro foi cumprimentado pelos astros. Platini beijou sua mão e o chamou de ?mágico?. A recepção de João Havelange não foi diferente. Falcão conta, orgulhoso, que o ex-presidente da Fifa disse assim: ?Depois do vídeo, não precisamos de mais nada. Foi lindo, de tirar o fôlego.? A noite de sonho, como ele mesmo definiu, ainda não havia acabado. Ronaldinho Gaúcho, eleito o melhor do mundo no futebol, deixou-o sem jeito. ?Falou que eu era o ídolo dele, que havia se inspirado em mim. Respondi que ele estava louco, que eu é que era fã dele.? Falcão atua no Jaraguá do Sul, em Santa Catarina, onde vive com a mulher Tatiana e o filho Enzo, de 2 anos. E diz que é bastante assediado por clubes do Exterior, até de países que não têm nenhuma tradição na modalidade, como Ucrânia e Rússia. Mas o destino mais provável, se houver algum, é a Espanha, bicampeã mundial. O jogador assinou um pré-contrato com o time espanhol Playas de Castelon, válido até 2007, para se apresentar ao clube no momento em que bem entender. Aos 27 anos, ainda não se sente preparado. ?Meu clube e meus patrocinadores (Nike e Correios) cobrem todas as propostas, não tenho por que deixar o País. Talvez quando não estiver rendendo bem aqui...? Falcão diz que aceitaria jogar futebol caso um clube bem estruturado o procurasse. Ele teve uma passagem ?frustrante? pelos campos. Em 2001, a convite de Ademir da Guia, fez uma semana de testes no Palmeiras. ?Mas nos primeiros dias em que estive lá, o técnico Marco Aurélio foi demitido. E acabei voltando para o Banespa.? No ano seguinte, foi chamado pela Portuguesa, onde ficou por dois meses. ?Fui boicotado, teve uma ciumeira. Inventaram até contusão. Fiquei uma semana parado e na volta me fizeram correr igual a um louco e tive tendinite. Meu pai foi me buscar e disse que nunca mais eu pisaria lá. Ainda guardo mágoas da Portuguesa, foi uma sacanagem.?

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