Futuro de Valdivia no Palmeiras permanece indefinido

Jogador evitou falar de sua situação no clube alviverde em coletiva após sequestro na semana passada

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Por AE
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SÃO PAULO - Não foi nesta quinta-feira, 14, que o meia Valdivia definiu seu futuro no Palmeiras. Ainda abalado pelo sequestro que sofreu, na quinta passada, o chileno concedeu entrevista coletiva na Academia de Futebol, mas garantiu que ainda está pensando sobre os rumos que tomará na sequência de sua carreira e não confirmou se continuará ou não no time paulista."Só posso dizer que é um momento muito ruim para mim. Não estou sendo uma vítima e me aproveitando do momento, meu caráter não é esse. Ainda é muito cedo (para definir a permanência no Palmeiras). Conversei com o César Sampaio (gerente de futebol) e ele me falou para pensar", comentou.Valdivia e sua esposa, Daniela Aranguiz, foram sequestrados na Avenida Sumaré, zona oeste de São Paulo. Após serem liberados, eles foram para o Chile e lá o meia declarou que não sabia se voltaria a atuar pelo Palmeiras. Daniela inclusive já garantiu que não volta ao Brasil, independentemente da decisão de seu marido.O jogador relatou que chegou a temer pela vida nas quase três horas que ficou sob domínio do sequestrador, preso na última quarta. "Fiquei quase três horas em terror, sem saber se a pessoa iria nos matar. Foi muito difícil para mim estas horas, quando o sequestrador ameaçou varias vezes tirar nossas vidas. Para mim é difícil achar as palavras certas para explicar. Não é questão de perder um gol ou um pênalti, é questão de estar entre a vida e a morte", afirmou.Além do medo de morrer, Valdivia lembrou que também temia pela integridade de sua mulher. "Ele falava que já tinha matado, que tinha sido preso e fugido da cadeia. Depois que ele foi preso, soube que ele tinha cometido dois estupros. Quando desci do carro para pegar o dinheiro, ele pegou nos peitos da minha mulher. Eu não sabia disso até chegarmos ao Chile, quando ela me contou. Ficar três horas sem saber se ia viver, e sabendo o que ele fez com ela, dá uma sensação de impotência enorme", apontou.Ainda traumatizado, Valdivia tenta retomar sua vida aos poucos. Independentemente de qual for sua decisão, o meia fez questão de agradecer o apoio de todos no Palmeiras. "Quero agradecer o apoio do Palmeiras, da maioria dos torcedores e do treinador. Quando fui para o Chile, imediatamente me ligaram para saber como eu estava", disse.

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