Publicidade

Gaúcho guarda relíquia de Garrincha

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Há quase 45 anos, uma das mais valiosas relíquias da história do futebol pertence a um brasileiro. No dia 29 de junho de 1958, o jornalista e radialista Rubens Mandarino assistiu à vitória do Brasil por 5 a 2 sobre a Suécia, na final da Copa do Mundo. Após a partida, aproveitando o clima festivo, Mandarino entrou no vestiário da Seleção e levou a camisa número 11 usada por Garrincha. "Queria apenas guardar uma recordação da partida. Não imaginei que pudesse se tornar tão valiosa", conta Mandarino, hoje com 76 anos. Na quarta-feira, a camisa de Vavá, que também disputou a Copa de 58, custou aproximadamente R$ 84 mil à CBF, em leilão realizado na Christie?s, em Londres. Mandarino, que mora em Santana do Livramento (RS), não tem planos para o objeto, mas reconhece que poderia ser vendido por muito mais. "O valor histórico é inegável, mas a camisa, em si, é feia, pois na época, o material esportivo era muito simples. Tanto que o uniforme utilizado pelo Brasil na decisão foi comprado em uma loja, às pressas, pois a Suécia havia ganho o sorteio para jogar com a camisa amarela e não existia o segundo uniforme." O Mundial da Suécia não foi o único acompanhado por Mandarino, que atuou como repórter da Rádio Cultura e do jornal A Platéia, ambos de Santana do Livramento, desde a Copa de 1950, no Brasil, até o tricampeonato no México, em 1970. "As pessoas duvidam quando conto que participei de 12 Mundiais. Mas, como prova, tenho todos os ingressos dos jogos do Brasil, além de muitas fotos", disse Mandarino, irmão do ex-tenista Edson Mandarino. A partir da Copa de 1974, na Alemanha, o ex-professor de Educação Física passou a freqüentar as competições como turista. "O Mundial também é fascinante pelo que se vê fora dos estádios, conhecendo novos lugares e pessoas." Por ter presenciado tantas histórias, Mandarino não aponta um momento inesquecível. "Cada Copa tem sua particularidade. Quem assiste a uma, quer participar sempre." Mandarino, hoje aposentado, aproveita seu tempo livre jogando golfe, mas, incentivado por amigos, faz planos para escrever um livro sobre a história das Copas, utilizando seu imenso arquivo, que em breve deverá ser ampliado. "Já estou me preparando para ir ao próximo Mundial, na Alemanha", avisa.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.