A contratação de Daniel Passarella não é unanimidade no Parque São Jorge. O próprio Kia Joorabchian preferia Carlos Bianchi e chegou a fazer uma última tentativa ligando para o ex-técnico do Boca na terça-feira. O problema é que Bianchi continua enfrentando problemas com a saúde da mulher e voltou a dizer que só poderia pensar em voltar a trabalhar depois de junho. Passarella também sofre restrições da torcida e de alguns conselheiros corintianos. No entanto, a Gaviões da Fiel, que chegou a sugerir Nelsinho Baptista (que está no futebol japonês) e Paulo Autuori (técnico da Seleção Peruana), deixa claro, por seu presidente, Ronaldo Pinto, não fará nenhum tipo de campanha contra o novo treinador. Ronaldo observa: "Na verdade, a diretoria não tinha muito o que escolher. "O Bianchi, o preferido de todos, não pode vir agora. E entre os técnicos brasileiros, Nelsinho, Muricy, Chamusca, Autuori e outros que estão por aí, é difícil escolher qual é o pior. O melhor de todos, o Leão, está no São Paulo. Então, por exclusão, sobrou o Passarella." Além de o mercado não ter muitos nomes à disposição, a diretoria e o próprio Kia queriam alguém com o perfil diferente de Tite. Até o vice-presidente Nesi Curi, que não é muito de falar com a imprensa, revelou na quarta-feira, à Agência Estado, que o clube queria alguém um pouco mais duro no comando. Nesi revelou que "o Tite era do tipo paizão. Não serve. E você sabia que até o Sebá, que chegou há 15 dias, chorou por causa da saída dele?" O dirigente afirmou ainda que a responsabilidade pela contratação de Passarella não pode ser jogada só nas costas de Kia Joorabchian. "Na reunião que definiu a sua contratação, sentamos eu, Alberto (Dualib), o Kia, o Andrés e o Paulo (Angioni). Os cinco são os responsáveis pela vinda do Passarella." Nesi também confirmou o contato com Carlos Bianchi, terça-feira. "O Kia ligou mas, ele declarou que não pode vir agora." O vice-presidente até admite que muita gente pode não ter aprovado a contratação do técnico argentino, mas quem é contra, com certeza, vai acabar aceitando. "Não havia outro. Além disso, ele já era para ter vindo há dois meses, para trabalhar como manager do Kia."