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Globo comunica à Conmebol que quer rescindir contrato de transmissão da Libertadores

Emissora alega dificuldades com crise econômica e pandemia do coronavírus, além da alta do dólar

Por Guilherme Amaro
Atualização:

A Rede Globo comunicou à Conmebol que quer rescindir o contrato de transmissão da Copa Libertadores da América. Em carta enviada para a entidade, a emissora alega o "cenário extremamente desafiador provocado pela crise econômica e potencializado pela pandemia de coronavírus". Além disso, a Globo lembra a "desvalorização cambial", porque o contrato foi firmado em dólar. A Libertadores será retomada no dia 15 de setembro, e as partes podem voltar a negociar até lá.

A Globo tentou renegociar o contrato de transmissão, que é válido até 2022, mas não chegou a um acordo com a Conmebol. O valor pago pela emissora é de US$ 65 milhões (R$ 346,6 milhões) por ano para poder transmitir as partidas em sua TV aberta e em seu canal fechado, o SporTV. 

Copa Libertadores voltará no dia 15 de setembro com jogo do Athletico Foto: Conmebol/Divulgação

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O contrato entre as parte foi firmado quando o dólar estava a menos de R$ 4. Agora, a moeda americana vale R$ 5,33, provocando um aumento de quase R$ 100 milhões por ano de vínculo. As negociações ainda vão continuar entre as partes. A Libertadores deve voltar em setembro. É a competição sul-americana que mais motiva o torcedor brasileiro. O Flamengo é o último campeão da disputa. O time do Rio passou pelo River Plate no ano passado. 

VEJA A NOTA DA GLOBO

"Diante do cenário extremamente desafiador provocado pela crise econômica e potencializado pela pandemia de COVID-19, a Globo vem fazendo uma revisão completa de seu portfólio de direitos. Nesse contexto, e tendo em vista a suspensão daquela competição por vários meses, a empresa tentou renegociar com a Conmebol o contrato da Libertadores, válido até 2022, mas infelizmente não houve acordo. Assim, não restou alternativa à Globo a não ser rescindir o contrato.

Grandes players mundiais têm sido obrigados a renegociar seus acordos sobre eventos esportivos em razão da crise econômica provocada pela COVID-19, que, no Brasil, ainda é acentuada pela desvalorização cambial, que multiplica o valor dos contratos em dólar. Como principal competição de clubes das Américas, a Libertadores continua sendo importante para a Globo. No entanto, para que sua transmissão seja viável e satisfatória para todas as partes envolvidas, ela precisa se adequar à nova realidade mundial dos direitos esportivos e à situação econômica vivida pelo país.

Por fim, é importante esclarecer que havia no contrato cláusula específica de rescisão em caso de suspensão da competição por períodos prolongados, por motivo de força maior."

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