O gol de Arrascaeta foi legal; entenda o que diz a regra da bola involuntária na mão

A International Board, responsável em escrever as leis do futebol, mudou a concepção desse tipo de jogada no ano passado e definiu que toques acidentais de mão na bola não inviabilizam a sequência dos lances

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Por Redação
Atualização:

A bola que bateu no braço de João Gomes antes do gol de Arrascaeta na vitória do Flamengo sobre o Corinthians, nesta terça, não invalida a jogada, de acordo com as normas da arbitragem. O jeito de analisar esse tipo de jogada foi discutido pela turma da International Board, responsável pelas regras do futebol, da Fifa, tempos atrás, em junho do ano passado, e ficou entendido que os toques acidentais de mão na bola não inviabilizam a sequência dos lances. Foi exatamente o que aconteceu na jogada na entrada da área do Corinthians.

O goleiro Cássio ameaçou reclamar do lance após a derrota por 2 a 0 em Itaquera, mas afirmou não saber ao certo o que reza a lei e as interpretações dela. Isso vale para toques com os times no ataque. Outro entendimento é verificado quando esse mesmo toque ocorre involuntariamente na defesa, por algum jogador tentando defender sua equipe.

Gol de Arrascaeta na vitória do Flamengo sobre o Corinthians foi confirmado pela arbitragem, que seguiu as regras da International Board sobre bola na mão. Foto: Marcelo Cortes / Flamengo

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A International Board chegou à conclusão de que o toque acidental de bola na mão de um jogador que resulte em jogada de gol de outro não será considerado infração. João Gomes estava na jogada e a bola chegou a tocar, sim, em seu braço, que não estava aberto ou que pudesse caracterizar um movimento proposital para ter vantagem. O toque pega o próprio atleta de surpresa. Após isso, a bola sobra para Arrascaeta, que chuta para derrotar o goleiro Cássio.  "A bola bateu na mão (de João Gomes). Não sei se é válido ou não. Sei que parece chororô, mas não sei da regra", disse o goleiro corintiano, destacando que o jogo foi bom e decidido em alguns detalhes.

A regra diz que o lance é válido e que o juiz argentino Patrício Lostou acertou em sua decisão de dar o gol do Flamengo, o primeiro que abriu a contagem na decisão das quartas de final da Libertadores. Também vale destacar que não foi preciso qualquer interferência da turma do VAR. O jogo foi todo ele conduzido pelo árbitro de campo e seus assistentes.  

O que talvez tenha confunde o goleiro Cássio diz respeito ao fato de a infração ser marcada quando a mão na bola, mesmo que involuntária, ocorre do jogador que finaliza a jogada e, por ventura, marca o gol. Nesse caso, se a bola tivesse resvalado no braço de Arrascaeta, o árbitro certamente pararia o lance e não confirmaria o gol flamenguista.

O texto da referida regra está registrada da seguinte maneira: "como a interpretação dos incidentes de mão na bola nem sempre tem sido consistente devido a aplicações incorretas da lei, os membros confirmaram que nem todo toque da mão/braço de um jogador com a bola é uma infração. Em termos do critério de a mão/braço tornar o corpo de um jogador 'anormalmente maior', foi confirmado que os árbitros devem continuar a usar seu julgamento para determinar a validade da posição da mão/braço em relação ao movimento do jogador naquela situação específica".

Para ficar mais claro ao torcedor, a International Board fez uma lista de atitudes sobre mão na bola e bola na mão que devem ser marcadas como infração, em qualquer lugar do campo.

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1- Tocar a bola deliberadamente, movendo a mão ou o braço em direção à bola;

2 - Tocar a bola quando isso torna seu corpo anormalmente maior, tirando vantagem com a mão ou o braço. Considera-se que um jogador tornou seu corpo maior quando a posição de sua mão ou braço não é uma consequência ou justificável pelo movimento corporal para aquela situação específica. Por ter sua mão ou braço nessa posição, o jogador corre o risco de ser atingido pela bola. Deve, portanto, ser penalizado. E o lance interrompido.

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