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Grassi, o aspirante sabe-tudo de F-1

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Por Agencia Estado
Atualização:

Lucas Di Grassi estréia no Europeu de Fórmula 3 dia 17 de abril (em Hockenheim, Alemanha), iniciando um caminho que poderá levá-lo à Fórmula 1 dentro de dois ou três anos. Muitos brasileiros já tentaram e poucos conseguiram. A diferença é que Lucas, além de acelerar, é apaixonado por mecânica de competição. E quer ajudar a desenvolver o próprio carro. O engenheiro inglês John Booth, dono da equipe Manor de Fórmula 3, ficou surpreso quando ouviu do jovem brasileiro uma sugestão de um novo componente aerodinâmico para o Dallara/Mercedes que pilotará no Europeu. Mas acabou aceitando. A peça está sendo produzida e será utilizada no verão. "Vamos ver se vai dar certo. Eu acho que ela poderá melhorar o rendimento do carro", diz Lucas. Quando tinha quatro ou cinco anos, Lucas costumava desmontar os carrinhos de controle remoto que ganhava. "Eu achava mais legal ver como eles funcionavam do que brincar com eles. Minha paixão começou aí". Anos depois, no kart, Lucas criou e produziu um coletor para o motor. Em 2004, correndo na F-3 inglesa pela equipe Hitech, foi responsável por oito das 30 modificações introduzidas pela equipe. Lucas acha que o interesse pela física e por mecânica servirão de suporte para sua carreira de piloto profissional. Ele faz parte hoje de um projeto de desenvolvimento de pilotos da Renault. Se for bem, chegará à Fórmula 1 com o suporte da marca francesa. Leitor de livros de mecânica e engenharia, Lucas gosta de discutir materiais com os engenheiros e como ganhar mais um décimo de segundo em cada pista. Foi assim que ele substituiu a pintura de seu Fórmula Renault por sticks de plástico, quando corria no Brasil na equipe de Affonso Giaffone. "A pintura pesava uns 4 quilos e os sticks de plástico não pesam quase nada. Aí utilizamos a diferença de peso com um lastro para fazer o centro de gravidade do carro ficar mais baixo." Como reside perto da fábrica da Renault Fórmula 1 na Inglaterra, Lucas é um assíduo visitante das oficinas e já esteve em um local restrito, o túnel de vento. "Eles já se acostumaram comigo. Quando chegar a Fórmula 1, estarei em casa". Em maio, o piloto vai fazer sua primeira palestra sobre competição. Falará na fábrica da Renault, em Curitiba, sobre as diferenças entre um carro de Fórmula 1 e um carro de passeio. "Ainda estou me preparando. Vai ser uma ótima experiência".

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