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Grêmio sugere punição a Corinthians e São Paulo por preconceito

Apesar de dizer respeitar a punição imposta pelo, clube espera que a corte mantenha a posição em relação a todos atos racistas

Por MARCIO DOLZAN E RONALD LINCOLN JR.
Atualização:

A decisão de tirar três pontos do Grêmio e, consequentemente, eliminar o clube da Copa do Brasil causou "decepção" nos advogados do clube. E, apesar de dizerem respeitar a punição imposta pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), eles esperam que a corte passe a punir todos os clubes cujas torcidas manifestarem atitudes preconceituosas.

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"O Grêmio encara com serenidade, porque foi por unanimidade (foram sete votos a zero) e é uma decisão que tem que ser respeitada. Mas o Grêmio sai decepcionado do tribunal, porque entende que, no episódio, teve toda a postura e toda a atuação de evitar que acontecesse e, quando aconteceu, [agiu] no sentido de remediá-lo", lamentou Thiago Brunetto, diretor jurídico do clube.

"Saímos na expectativa de que o tribunal tenha coerência: se valeu essa decisão para o Grêmio, com essa extensão e com essa consequência grave, que haja a mesma coerência com fatos assemelhados que virão a este tribunal. E espero, inclusive, com a mesma rapidez que foram julgados esses episódios em relação ao Grêmio", disse Brunetto.

LINS3973STJD10 - RJ - 26/09/2014 - STJD/GRÊMIO - ESPORTES OE - Fábio André Koff, juiz de direito aposentado, desembargador aposentado e atual presidente do Grêmio de Porto Alegre no Superior Tribunal de JUstiça Desportiova. O Pleno do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) julga recurso do Grêmio, que tenta anular a punição imposta pela primeira instância da justiça desportiva no centro do Rio de Janeiro. O Grêmio foi eliminado da Copa do Brasil por causa de atos de racismo de seus torcedores contra o goleiro Aranha, do Santos, durante partida na Vila Belmiro, em 28 de agosto. Foto: FABIO MOTTA/ESTADÃO Foto: Fábio Motta/Estadão

Na sequência, mesmo sem citar os clubes diretamente, pediu punição a Corinthians e São Paulo. "Nós tivemos na rodada do dia 20 de setembro, naquele clássico paulista, atos de homofobia que também são atos discriminatórios previstos no artigo 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, e esperamos que o STJD adote a mesma postura. Aí teremos também o Campeonato Brasileiro decidido no tapetão", concluiu.

O mesmo discurso foi adotado por Gabriel Vieira, um dos advogados que defenderam o Grêmio na sessão do Pleno. "A gente tem que reconhecer (a punição), mas o Grêmio não concorda com essa pena. É uma pena pesada que abre um precedente perigoso. Temos que ver se casos de preconceito serão analisados com o mesmo rigor. Homofobia é tão preconceito quanto racismo, e, se tem ocorrido casos de homofobia no futebol, tem que ser punido com o mesmo rigor que o Grêmio está sendo punido hoje", declarou.

O clássico disputado no Itaquerão foi marcado por cânticos de tom homofóbico por parte das duas torcidas, antes e durante a partida. Por essa razão, o STJD solicitou a instauração de inquérito para apurar o caso.

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