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Grito homofóbico pode banir torcedor dos estádios do México por cinco anos

Federação Mexicana de Futebol vai monitorar espectadores através de tecnologia no ingresso, aprimorando o combate aos cantos de 'bicha' nas arquibancadas

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Por Redação
Atualização:

A Federação Mexicana de Futebol (FMF) implementou uma nova medida para combater os gritos homofóbicos nas arquibancadas, um problema recorrente no país. Agora, quem for pego praticando a ofensa não poderá entrar nos estádios operados pela entidade por cinco anos. A ação será testada nos próximos dois jogos do México nas Eliminatórias da Copa do Catar, contra Costa Rica, no domingo, e Panamá, na quarta-feira. 

Para fazer o monitoramento dos torcedores, a FMF determinou a presença de apenas 2 mil pessoas no tradicional estádio Azteca. A entidade vai identificar cada um dos presentes através da coleta de dados pessoais e informações disponibilizadas para a compra dos ingressos. Um código QR impresso no bilhete permite a identificação de um eventual infrator. 

Estádio Azteca receberá os próximos jogos do México nas Eliminatórias. Gritos homofóbicos serão monitorados pelas autoridades da partida Foto: RODRIGO ARANGUA / AFP

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Esse monitoramento rigoroso evitou que o time mexicano jogasse dois jogos com portões fechados, como a Fifa havia ordenado inicialmente. Para o jogo contra os Estados Unidos, marcado para o dia 24 de março, a medida será testada com um público entre 35 mil e 40 mil torcedores.

O grito "puto" ("bicha", em tradução livre) começou há mais de 20 anos no México como forma de zombar dos goleiros adversários no lance de tiro de meta. O Conselho Nacional de Prevenção à Discriminação (Conapred) do país rejeitou o gesto, enquanto a Suprema Corte determinou que as expressões que buscam "inferir que a homossexualidade não é uma opção sexual válida, mas sim uma condição de inferioridade, constituem manifestações discriminatórias".

"Não podemos tolerar atos discriminatórios, não podemos jogar em estádios vazios, não podemos colocar as autoridades do futebol em risco de tirar pontos de nós", disse Yon de Luisa, presidente da FMF, preocupado com a imagem do México como organizador da Copa do Mundo de 2026 junto com Canadá e os Estados Unidos.

Nos últimos anos, no entanto, a ofensa começou a gerar um desgaste da FMF com a Fifa. Gianni Infantino, presidente da entidade máxima do futebol, disse que os torcedores que insistem em emplacar o grito homofóbico têm "posturas de idiotas". 

A Fifa já emitiu advertências, vetos e sanções econômicas à FMF. Ao todo, a federação acumula dezessete multas, com um valor total de US$ 656,4 mil (R$ 3,4 milhões na cotaçãoa tual). A entidade teme ainda que, caso os gritos não cessem, a seleção perca pontos e fique fora da Copa do Mundo do Catar. 

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