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Grupo protesta contra Copa no Catar em reunião da Fifa

Manifestantes protestaram contra as condições de trabalho dos operários nas obras

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Por AE-AP
Atualização:

ZURIQUE - Protestos marcaram uma reunião realizada nesta quinta-feira na sede da Fifa, em Zurique, para discutir detalhes da realização da Copa do Mundo de 2022, no Catar. Enquanto integrantes do Comitê Executivo da entidade se reuniam com os organizadores da competição, grupos sindicais se manifestavam do lado de fora contra as condições de trabalho no país-sede.Cerca de 100 manifestantes exibiam cartões vermelhos simbólicos à Fifa, em protesto exigindo que fossem respeitados os direitos trabalhistas dos operários que trabalham nas obras para o torneio. "Cartão vermelho para a Fifa" e "não à Copa do Mundo no Catar sem direitos dos trabalhadores" eram alguns dos dizeres de cartazes e faixas exibidos pelos grupos.A revolta teve início com uma matéria publicada pelo jornal inglês The Guardian, que na semana passada acusou o Comitê Organizador da Copa de 2022 de utilizar trabalho escravo nas obras. Segundo a publicação, imigrantes do Nepal eram trazidos sob condições precárias e, inclusive, 44 operários nepaleses teriam morrido em Doha entre 4 de junho e 8 de agosto.O Comitê Organizador do mundial prometeu investigar o caso e, nesta quinta, seu chefe-executivo, Hassan al-Thawadi, tratou a segurança dos operários como "prioridade". "Sempre será nossa prioridade", disse, antes de defender o histórico do Catar na proteção dos direitos trabalhistas.

"Se o Mundial está fazendo algo, é acelerar muitas dessas iniciativas." Enquanto os manifestantes protestavam do lado de fora, a reunião continuava na sede da Fifa, e o principal assunto debatido era a possibilidade de alterar a data da realização do torneio. Isso porque se for realizada no meio do ano, como acontece tradicionalmente, a Copa do Mundo acontecerá durante o rigoroso verão do Catar. Al-Thawadi admitiu a possibilidade de mudança e descartou qualquer chance de a Fifa levar o torneio para outro país. "Estamos tranquilos e confiantes de que a Copa do Mundo não sairá do Catar", comentou o dirigente, antes de afirmar que ainda "não há expectativa" sobre uma decisão da principal entidade do futebol mundial.

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