Há um Palmeiras que dá certo

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Dois Palmeiras disputam o Campeonato Paulista 2005. Um faz campanha apenas regular, esteve ameaçado de rebaixamento e, após ligeira melhora, soma 48% de aproveitamento, ou 23 pontos em 16 jogos. Trata-se do Palmeiras A, 9.º colocado da Série A1, dos selecionáveis Marcos e Magrão. O outro, o Palmeiras B, é líder com 100% de aproveitamento na Série A3: nove vitórias em nove jogos. Enquanto o primeiro trocou de técnico, busca jogadores experientes e sofre com a apatia de atletas cuja motivação cresce apenas nos jogos da Libertadores, a fórmula do Palmeiras que deu certo é o oposto: juventude, planejamento e vontade de aparecer, mesmo na terceira divisão. "Nosso segredo é muito trabalho, união e vontade de buscar um lugar melhor", diz o técnico Wilson, comandante da campanha que encerrou o primeiro turno da Série A3 com 27 pontos no Grupo 2, 23 gols marcados e apenas nove sofridos. O segundo colocado da chave (e da classificação geral), o Grêmio Barueri, tem apenas 19 pontos. O Palmeiras B é uma mistura de jogadores que se destacaram no time júnior do clube com alguns reforços de atletas de 21 a 25 anos que mostraram algum potencial, mas não conseguiram ou não tiveram chance de se firmar no time principal. "Formamos o grupo trazendo jogadores que pensam em vencer na vida e afastamos aqueles que não tem o perfil de jogar num clube grande", afirma Wilson, ex-goleiro do Corinthians. Ainda restam nove jogos do returno e a fase final para o Palmeiras B conseguir subir à Série A2. Embora o objetivo seja lutar por isso e acostumar os jogadores com a alta exigência que é defender um clube grande, a prioridade, segundo Wilson, é dar uma chance a mais para que amadureçam os que podem vir a subir para o time A em breve. Como antigamente, nos times de aspirantes. São 14 jogadores ainda juniores, a base que conquistou o Paulista da categoria no ano passado, mais alguns "experientes" como o volante Reinaldo, de 21 anos, e o atacante Alex Afonso, de 24, vice-artilheiro da A3 com oito gols. A média de idade não passa dos 20 anos. Do elenco, apenas seis chegaram a treinar ou participar de poucos jogos da equipe principal. O goleiro Deola está inscrito na Libertadores e às vezes vai para o banco de reservas. O técnico Candinho diz que ainda não observou de perto o grupo porque não poderia utilizar os outros já, mas promete atenção total em abril, sinalizando que pode incorporar alguns para o Campeonato Brasileiro e a segunda fase da Libertadores, quando as incrições são reabertas. "A garotada está se aplicando ao máximo", diz Reinaldo, que, apesar da idade, já passou pelo Siena, da Itália, e ficou um ano no Quilmes, da Argentina, depois de ser revelado pelo Nacional-SP. "Acho ótimo estar aqui. Meu objetivo era estar em um clube grande, mesmo que seja no time B. É o Palmeiras, a mesma camisa. Estou dentro do clube e, desde que cheguei, só penso no sucesso maior que é chegar ao time A." Em 2003, o Palmeiras B que jogou a A3 tinha Alceu, Diego Souza, Edmilson e Vágner Love. Os dois primeiros foram titulares do time principal nas últimas rodadas e os dois outros fizeram sucesso no Brasileiro 2004 e acabaram vendidos. Edmilson foi para o Japão e Love, para a Rússia. "Joguei dois anos a A3, foi excelente, muito bom", diz Diego Souza, formado no clube e titular da camisa 10 no domingo, quando o time A enfrenta a Ponte Preta. "Me deu muita experiência. Jogamos em campo ruim, jogos com muita pegada, aprendi muito." Para enfrentar os jogos difíceis da concorrida Série A3, o Palmeiras B usufrui de toda a estrutura do A: das salas de ginásticas e piscinas aos campos de treinamento. ?O time é bom tecnicamente, tem a qualidade dos meninos do juniores, mas não fica para trás fisicamente?, diz o preparador físico Carlos Pacheco. E, caso a classificação para a fase final da A3 se confirme, a diretoria promete até bicho para incentivar os jogadores. No domingo, Palmeiras e Ponte Preta jogam às 18 horas, em Campinas. Mais cedo, às 11 horas, o Palmeiras B recebe o Primavera no Palestra Itália. Qual vale a pena ver?

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.