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Héverton tem 1.º dia de alegria em seis meses de Corinthians

'É muito bom ser valorizado. Sempre sonhei passar por isso na minha vida', festejava o meia

Por Fábio Hecico
Atualização:

Héverton passou a quinta-feira rindo à toa. Desde o acerto com o Corinthians, em setembro de 2007, sua única comemoração havia sido ao ser apresentado. Contratado para salvar o time de queda no Brasileiro, depois de boas atuações com a Ponte Preta na Série B, não teve sucesso. Caiu no ostracismo, vinha jogando pouco e quase deixou o Parque São Jorge no início do ano. Ganhou um voto de confiança de Mano Menezes e, na quarta-feira, fez seu primeiro gol pelo clube. No dia de herói, recebeu muitos cumprimentos, telefonemas de amigos e familiares e, enfim, o reconhecimento que todo jogador corintiano espera.   Veja também:  Mano diz que jogadores passam a encarar 'pressão' por vitória  Jogadores dizem que será difícil ganhar do Corinthians   "É muito bom ser valorizado. Sempre sonhei passar por isso na minha vida", festejava ele, que no almoço com os amigos André Santos e William, numa churrascaria, pela primeira vez foi convidado por torcedores para tirar foto. "E meus vizinhos do prédio também me deram os parabéns, disseram estar muito felizes por mim, que eu merecia", chega a se emocionar.   O gol, com providencial colaboração do zagueiro Rafael Silva, que desviou levemente a bola e a tirou do alcance do goleiro, garantiu o triunfo apertado por 1 a 0 sobre o Rio Preto e a certeza de que, de agora em diante, poderá andar normalmente na rua e ir, sem preocupação, à padaria próxima de casa.   "Eu não tinha vergonha de sair, mas a cobrança era enorme. Onde eu ia, as pessoas vinham me perguntar: 'Você veio pra cá para fazer o quê?' E falavam que o bom era o outro Éverton", desabafa, em referência ao lateral e meia Éverton Ribeiro. "Eu preferia levar um soco na cara do que ficar ouvindo que era ruim de bola. Machucava. Agora, tirei um peso das costas, me livrei da ansiedade para marcar um gol e confio em dias melhores."   GRATIDÃO Quem viu o abraço forte de Héverton em Mano Menezes após o gol, pode não entender. Mas foi graças ao treinador gaúcho que o meia começou a dar a volta por cima. "Ele não deixou de jeito algum eu ser negociado. Tinha três propostas e ele falou que contaria comigo", revela. "E falou para eu não desanimar, mesmo quando fosse cortado até da reserva. Segui seus conselhos e lhe dediquei o gol", afirma. "Disse: ‘este gol é seu, é seu’."   Héverton, filho do mineiro Aparecido que ligou nesta quinta para ele rindo, para festejar o primeiro gol no Corinthians, também considera Mano um paizão. "Um pai chato nas cobranças, mas que sabe elogiar também. Pessoa honesta e sincera, que sempre dizia para não desistir e agora vivo um dia especial. Só posso agradecê-lo. O início foi difícil, porém, jogar no Corinthians era o meu sonho. Por isso quis ficar, para provar o meu valor."   E como Lulinha e Marcel andam em baixa e André Santos não agradou na meia, Héverton pode até ser titular no jogo de sábado, diante do Juventus. "Seria ótimo uma seqüência de jogos."

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