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Impasse emperra envio de US$ 100 milhões da Fifa para o Brasil

Entidade aprova nesta sexta-feira a criação de fundo para repasse do dinheiro, mas divergência com a CBF dificulta a assinatura do contrato

Por Jamil Chade/Genebra
Atualização:

O Conselho da Fifa deve aprovar hoje a criação de um fundo de US$ 100 milhões (R$ 371 milhões) para o futebol brasileiro, uma promessa feita em 2014 pelo ex-presidente Joseph Blatter. Mas o contrato entre a entidade e a CBF continua sob impasse diante da insistência da Fifa em controlar os recursos. Para os brasileiros, o dinheiro tem de ser transferido ao País.

A CBF garante que prestará contas sobre os recursos usados. Já a Fifa entende que o dinheiro deve ser mantido na Suíça e enviado a conta-gotas, cada vez que um projeto for aprovado e uma auditoria realizada. A CBF considera que o dinheiro é do Brasil e existe até mesmo quem defenda que a entidade acione a Justiça suíça para obter a liberação do montante.

Gianni Infantino, presidente da Fifa. Foto: Felipe Trueba/EFE

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Blatter aceitou dar os US$ 100 milhões como “legado” da Copa do Mundo. Ao longo de 2014 e início de 2015, alguns projetos começaram a ser realizados e a CBF recebeu cerca de US$ 8 milhões (R$ 29,7 milhões) do fundo. Mas, com a prisão de José Maria Marin e o indiciamento de Marco Polo Del Nero, então no cargo de presidente da CBF, os auditores da Fifa optaram por bloquear o envio de dinheiro para o Brasil. 

O temor dos advogados da entidade era que o envio desses recursos fosse interpretado pela Justiça dos EUA como um sinal de cumplicidade com cartolas suspeitos de corrupção. Depois de nova negociação, a CBF reivindicou que o repasse fosse direto. A Fifa aceitou e pautou o assunto para que seja aprovado pelo Conselho da entidade, reunido esta semana em Ruanda. 

Mesmo se a questão for solucionada, o dinheiro não deve ser liberado imediatamente, pois o contrato ainda não foi concluído. O principal obstáculo é a exigência dos auditores em Zurique. Entre os projetos da CBF está o gasto de 15% dos US$ 100 milhões para o desenvolvimento do futebol feminino. O restante seria para bancar centros de treinamento em Estados que não receberam jogos da Copa de 2014.

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