POLÍTICA E FUTEBOL
Embora a história recente mostre pouca correlação entre um título da Copa do Mundo e uma vitória eleitoral, poucos brasileiros estão convencidos disso.
Em 1970, durante o período mais sangrento da ditadura militar de 1964 a 1985, o general Emilio Medici desfrutou de uma onda de popularidade, já que a seleção brasileira, liderada por Pelé e amplamente considerada a melhor da história, trouxe para casa um terceiro título da Copa do Mundo.
Ativistas pró-democracia na época exortaram os brasileiros a se voltar contra a seleção, mas a maioria estava muito encantada com o "jogo bonito" dos seus heróis.
A seleção brasileira é, talvez, o time de futebol mais popular do mundo, associada a uma lista de lendas como Pelé, Ronaldo, Zico, Sócrates, Romário e agora Neymar.
Muitos brasileiros, no entanto, tendem a ter uma atitude mais fria em relação à camisa amarela e verde.
Parte disso é devido a uma ligação mais fraca hoje em dia entre torcedores e jogadores, a maioria dos quais joga em clubes na Europa ou até mesmo mais longe. Enquanto todos os jogadores da seleção de 1970 joagava no Brasil, apenas quatro do atual elenco atuam no país.
Ainda assim, a Copa do Mundo acontece apenas uma vez a cada quatro anos e, se a Copa das Confederações do ano passado servir de indicativo, as atitudes podem mudar caso a seleção dê um show nos campos
O torneio, organizado no Brasil como um teste para a Copa do Mundo, foi marcado pelos maiores protestos de rua no país em décadas. Apesar do tumulto, a maioria dos brasileiros ficou do lado da seleção na luta pelo título.
A história mais distante indica que o “ódio do Brasil” pode só durar até a bola começar a rolar.
“Meus amigos estavam entre aqueles que pediram para os outros torcerem contra o Brasil em 1970", lembra Giorgetti. “Ninguém resistiu os primeiros 15 minutos."
(Editado Por Todd Benson e Kieran Murray)