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Presidente da Fifa sugere que Copa a cada dois anos poderia reduzir mortes de imigrantes no mar

Gianni Infantino gera polêmica ao citar crise no Mediterrâneo para defender a ideia de um Mundial de seleções bienal

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Por Redação
Atualização:

O presidente da Fifa, o suíço Gianni Infantino, esteve nesta quarta-feira no Conselho Europeu, em Estrasburgo, na França, onde voltou a defender a ideia de uma Copa do Mundo a cada dois anos. O dirigente usou um argumento polêmico que está sendo muito criticado nas redes sociais.

Em um discurso onde defendeu que nem todos no mundo têm competições com o nível das que são disputadas na Europa, onde "há um Mundial a cada 15 dias", o presidente da Fifa usou a questão dos imigrantes africanos que todos os dias tentam chegar à Europa pelo Mar Mediterrâneo.

Gianni Infantino, presidente da Fifa, foi criticado nas redes ao citar problema da crise imigratória para defender ideia de Copa do Mundo bienal Foto: Reuters

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"O futebol não é apenas um esporte. São oportunidades, esperança, equipes nacionais, tem a ver com o país, o coração, a alegria. Não podemos dizer ao resto do mundo, 'nos deem o vosso dinheiro, os bons jogadores, mas nos vejam na televisão'... Temos de melhorar, de encontrar maneiras de incluir todo o mundo. Dar esperança aos africanos para que não precisem de atravessar o Mediterrâneo para encontrarem, não uma vida melhor, mas sim a morte no mar. Temos de dar oportunidades e dignidade, não caridade, para o resto do mundo poder participar", frisou.

No seu discurso na Assembleia Parlamentar no Conselho Europeu, Infantino, que esteve acompanhado do francês Arsène Wenger, ex-treinador do Arsenal e agora diretor de desenvolvimento de futebol da Fifa, recordou que "o futebol avança em uma direção em que uns poucos têm tudo e a grande maioria nada tem", pelo que é preciso fazer algo.

Sobre o Mundial no Catar, que será realizado em novembro e dezembro deste ano, o presidente da Fifa reconheceu que "há muitas coisas a melhorar, mas há que reconhecer que houve várias mudanças". Ele desmentiu que tenham morrido 6.500 trabalhadores nas obras dos estádios do Catar. "Foram três e mesmo assim foi demais", completou.

A Fifa já recebeu um pedido da Anistia Internacional para pressionar o Catar a melhorar as condições dos trabalhadores estrangeiros no país. Ao longo das Eliminatórias, jogadores de diversas seleções entraram em campo se manifestando contra as ruins condições dos funcionários que trabalham nas obras da Copa do Mundo.

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