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Investigação descobre que a MSI tem outra empresa em Israel

Firma de israelense teria direito a receber parte do dinheiro pela venda de Carlos Alberto ao Werder Bremen

Por Marcel Rizzo e Martín Fernández - Jornal da Tarde
Atualização:

A obscura parceria Corinthians/MSI ainda surpreende, quase um ano após a atual diretoria ter notificado a parceira avisando que o contrato estava encerrado. Na cobrança que a MSI faz ao Werder Bremen para receber o dinheiro da venda de Carlos Alberto, aparece o nome de uma empresa que também teria direito a valores por ter participado da negociação: a Rio Football Services Limited. Veja também:  Lulinha é garantia no rolo da venda de Carlos Alberto Dê seu palpite no Bolão Vip do Limão Pessoas envolvidas na investigação da parceria, como o promotor José Reinaldo Guimarães Carneiro, desconheciam a Rio nos negócios da MSI. Antonio Roque Citadini, oposicionista no Corinthians e que esmiuçou os contratos, também nunca ouviu falar. Segundo apurou a reportagem, a Rio é o novo nome da Global Soccer Agency, empresa do israelense Pini Zahavi, empresário que fez diversos negócios com a MSI relacionados ao Corinthians. Outra empresa dele, a HAZ Sport Agency, comprou Carlos Tevez do Boca Juniors, em 2004. Por causa da dificuldade para encontrar as empresas é que a defesa do Werder Bremen no Brasil demorou para enviar cartas rogatórias à MSI e à Rio, como determinou a juíza Cynthia Torres Cristófaro em despacho de 21 de agosto. As cartas são necessárias para as empresas se pronunciarem oficialmente sobre o caso. A sede da MSI, por exemplo, fica nas Ilhas Tortola, no Caribe, conhecido paraíso fiscal. A da Rio é em Tel-Aviv (Israel). "Precisávamos de alguém para se responsabilizar pelos documentos em cada cidade. Em Tel-Aviv havia dificuldade, o pessoal tinha medo. Agora conseguimos que fossem enviadas", explicou Erasmo Mendonça De Boer, advogado do Werder no Brasil. De Boer diz que os alemães acionaram a justiça brasileira para não ter problemas futuros, como serem cobrados duas vezes. E adicionou um detalhe à disputa jurídica: a MSI e a Rio acionaram o Werder na justiça de Bremen, cobrando os 7 milhões de euros totais (quase R$ 18 milhões) da negociação de Carlos Alberto. "O curioso nesse processo é que eles têm detalhes da ação que corre aqui, mesmo sem nunca terem se pronunciado", disse De Boer Outro capítulo da confusa parceria corintiana. CASO ‘GARCIA’ O presidente Andres Sanches preferiu não comentar o recadastramento extra-oficial de associados feito pelo candidato oposicionista a presidente Paulo Garcia. Como mostrou a reportagem nesta quinta-feira, este enviou cartas aos associados pedindo que entrassem no site de campanha, o Pró Corinthians, e se cadastrassem, com dados como endereço e telefone. "Quem tem de responder por isso são o administrativo e o jurídico", disse Andres Sanches. O departamento jurídico do clube estuda entrar com uma ação contra o conselheiro, já que a correspondência dava a impressão de ser um documento oficial. Garcia diz que precisa de um arquivo seu e que quem passou o contato dos sócios foi o próprio Andres Sanches, em fevereiro. Além de Sanches e Garcia, deve haver mais um candidato em janeiro, Osmar Stábile, o que repetiria o trio que disputou a eleição de outubro de 2007. Marlene Matheus, atualmente vice de Sanches, também pode se candidatar.

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