Itália tem novo ?escândalo da loteria?

A Comissão de Disciplina da federação italiana anunciou o afastamento de seis jogadores, acusados de participação em esquema de manipulação de resultados.

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Por Agencia Estado
Atualização:

A Loteria Esportiva levou seis jogadores italianos a serem condenados, nesta sexta-feira, de seis meses a um ano de suspensão. A Comissão de Disciplina da federação de futebol da Itália anunciou o afastamento por 12 meses dos jogadores Fabio Gallo, Sebastiano Siviglia, Luciano Zauri, da Atalanta, além de Alfredo Aglietti e Massimiliano Allegri, da Pistoiese, acusados de terem participado de manobra de resultado. Giacomo Biancharelli, que defendeu a Atalanta e agora está no Empoli, teve a pena reduzida a seis meses de inatividade. O grupo de atletas foi levado a julgamento porque houve suspeitas de irregularidades no empate de 1 a 1 entre Atalanta e Pistoiese, em agosto do ano passado, na primeira fase da Copa Itália. A Snai, empresa responsável pelas loterias nacionais, notou que houve número excessivamente alto de apostas que indicavam, para aquela partida, 1 a 0 no primeiro tempo e 1 a 1 como resultado final. De fato, no intervalo do jogo a vantagem era da Atalanta. As investigações começaram na sequência e logo surgiram informações de que um grupo de jogadores sabia das irregularidades. Os promotores apresentaram denúncia contra os supostos implicados na falcatrua, mas quatro foram absolvidos: Cristiano Doni, da Atalanta, e Daniele Amerini, Girolamo Bizzarri e Gianluca Lillo, da Pistoiese. Mesmos os condenados, negaram qualquer acerto de resultado para favorecer apostadores. Mas a defesa não convenceu. A Snai e a Federação Italiana de Futebol fizeram levantamento dos ganhadores daquele teste da loteria e constataram que havia vários parentes e amigos dos jogadores condenados entre os "felizardos". A sentença, segundo observadores, foi até branda, porque os seis inicialmente foram denunciados no artigo da legislação que fala em "ilícitos esportivos". A pena, nesse caso, é de três anos de suspensão. Os advogados conseguiram mudar de artigo, para um menos grave, segundo o qual os jogadores sabiam de irregularidades, mas não alertaram as autoridades. Além disso, "comentaram o assunto com pessoas de fora dos meios esportivos, que obtiveram vantagem". Biancharelli foi suspenso por seis meses porque apenas se omitiu, mas não falou a respeito da maracutaia com ninguém. Os clubes prometem recorrer da sentença. A Atalanta está em quinto lugar na Série A italiana e a Pistoiese briga para não cair na Série B. Esse tipo de problema não é novidade no futebol italiano. Um dos casos mais rumorosos ocorreu há 21 anos, e envolveu os gigantes Milan e Lázio. Os dois foram rebaixados para a Segunda Divisão, acusados de participação num esquema de manipulação de resultados. No mesmo processo, o atacante Paolo Rossi - que mais tarde viria a desclassificar o Brasil na Copa de 82 - foi suspenso por 3 anos.

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