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Itália tenta superar Ucrânia, a "intrusa" das quartas

O time de Marcelo Lippi tenta justificar o favoritismo contra a única seleção sem tradição no futebol mundial presente nas quartas-de-final da Copa

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Por Agencia Estado
Atualização:

A última zebra que resta numa Copa de poucas surpresas é o obstáculo que separa a Itália do sonhado objetivo de garantir presença entre os quatro melhores times da competição. Às 16 horas (de Brasília), a seleção dirigida por Marcello Lippi jogará em Hamburgo contra a Ucrânia, que foi massacrada pela Espanha na estréia (4 a 0) e depois avançou enfrentando adversários de baixíssimo nível técnico - Arábia Saudita, Tunísia e Suíça. O ganhador do confronto disputará uma vaga na final com o vencedor de Alemanha e Argentina. Como já era esperado, o técnico italiano mais uma vez mexerá na escalação e no esquema tático. Se contra a Austrália apostou em três atacantes, com Gilardino, Toni e Del Piero, desta vez serão apenas dois: Toni e Totti. Inzaghi, que estava cotado para começar jogando, fica no banco como primeira opção para o ataque. E Camoranesi entra no meio-de-campo para avançar pela direita e fazer cruzamentos para Toni - essa missão será de Perrotta pelo lado esquerdo. Normalmente muito misterioso, Lippi deu nesta quinta-feira uma dica clara de que Totti volta no lugar de Del Piero e que Toni será mantido, embora ainda não tenha feito gol na Copa. ?O que me deixa otimista é que alguns jogadores importantes estão subindo de produção. Totti ganhou muito ânimo depois do gol de pênalti que fez no último minuto contra a Austrália e Toni esteve muito ativo naquela partida, apenas com um pouco de azar nas conclusões.? Lippi voltou ao seu discurso habitual na hora de analisar a Ucrânia. Na falta de uma virtude mais interessante para ser destacada, ele colocou os ucranianos no mesmo saco em que havia colocado norte-americanos e australianos - o do ?time forte fisicamente e bem organizado?. Ter bom preparo físico, jogadores corpulentos e saber se defender virou algo a ser exaltado, quando o que o torcedor gosta mesmo de ver é um time técnico e com jogadores criativos. O treinador considerou ?fantástico? o desempenho da Ucrânia nas Eliminatórias - foi o primeiro time europeu a garantir vaga no campo - e ?muito positiva? a maneira como o time conseguiu se reerguer depois da surra que levou da Espanha na estréia. Por fim, em seu rosário de elogios a um adversário medíocre, disse que a Ucrânia não tem apenas Shevchenko. Assim como seus jogadores, Lippi também anda incomodado com as lambadas que a Itália tem recebido dos jornais alemães por seu jogo pragmático e pouco atraente. ?Antes da Copa, todos diziam que a Itália era ofensiva, que tinha um novo estilo de jogar. Agora, por causa de duas ou três partidas em que tivemos que conviver com problemas físicos, contusões e expulsões, viramos o pior time do mundo.? Certamente não é o pior do mundo, mas terá pela frente o pior dos oito times que restam na Copa. E uma imensa obrigação de vencer. Novata, mas ousada O técnico da Ucrânia, Oleg Blokhin, disse nesta quinta-feira que sua seleção vai entrar em campo contra a Itália, pelas quartas-de-final, sabendo que, qualquer que seja o resultado, eles já alcançaram uma façanha histórica. No entanto, embora tenham superado a meta de chegar às oitavas-de-final, os ucranianos não querem deixar o Mundial e pretendem criar dificuldades para os italianos. "Não temos medo de enfrentar a Itália, e vamos jogar livres de pressão. Nós vamos jogar para vencer. Eles estão muito mais pressionados porque são favoritos e nós já alcançamos nosso objetivo. Já fizemos história". Estreante em Mundiais, a Ucrânia realizou excelente campanha nas Eliminatórias européias, mas vem sendo criticada pelo futebol nada inspirado que foi apresentado nos quatro jogos já realizados na Alemanha. "As pessoas estão dizendo que estamos jogando um futebol prático e modesto. Mas eu gosto do futebol que estamos jogando, e que nos levou às quartas-de-final", argumentou Blokhin. Ficha técnica: Itália x Ucrânia Itália: Buffon; Zambrotta, Cannavaro, Barzagli e Grosso; Camoranesi, Gattuso, Pirlo e Perrotta; Totti e Toni. Técnico: Marcelo Lippi. Ucrânia: Shovkovskiy; Gusev, Vashchuk e Nesmachniy; Gusin, Shelayev, Tymoshchuk e Kalinichenko; Vorobey, Shevchenko e Milevskiy. Técnico: Oleg Blokhin. Árbitro: Frank de Bleeckere (Bélgica). Local: AOL Arena, em Hamburgo. Horário: 16 horas (de Brasília)

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