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Itália vira a mesa e incha a Série B

Por Agencia Estado
Atualização:

Virada de mesa é praga que de vez em quando infesta o futebol brasileiro. Agora, para consolo dos cartolas nacionais, os italianos também apelam para o tapetão como forma de conciliar interesses esportivos, políticos e judiciais. A acomodação no calcio foi estabelecida nesta quarta-feira e atinge a Série B, que na temporada de 2003-04 terá 24 times, contra os 20 habituais. A confusão teve o Catania como personagem central. O time siciliano foi rebaixado para a Série C, assim como Genoa, Cosenza e Salernitana. Mas não se conformou e foi à Justiça - primeiro a Esportiva; depois, a Comum. Os dirigentes do Catania alegavam que o time deveria ficar na Série B porque tinha direito a mais dois pontos no empate de 1 a 1 com o Siena, em maio. A justificativa era a de que o rival utilizou de forma irregular o jogador Martinelli, que deveria ter cumprido suspensão automática. O Catania ganhou na instância inicial, mas depois teve o apelo recusado. Por isso, procurou um tribunal de Palermo e conseguiu sua reinclusão na Série B na marra. A partir daquele momento, começou uma queda de braço entre o clube e a Federação Italiana de Futebol. Para complicar, em julho foi a vez do Venezia pedir os pontos da derrota por 2 a 0 que sofreu para o Catania, também sob a alegação de que os sicilianos não podiam escalar Vito Grieco, suspenso por uma rodada. A polêmica ameaçou interromper o futebol na Itália. Para evitar caos interminável, o governo interveio (Silvio Berlusconi, primeiro-ministro, é o dono do Milan) e na terça-feira baixou normas que limitam o recurso de clubes na Justiça Comum. O segundo ato veio nesta quarta, com a decisão da Liga de fazer Série B com 24 equipes. A conta foi fechada da seguinte forma: 4 times que caíram da Série A, 12 que já estavam na B, 4 que subiram da C, além dos ?convidados? Catania, Genoa, Salernitana e Fiorentina. O time de Florença foi a grande surpresa, porque deveria disputar a Série C e ganhou a vaga "por mérito esportivo". Clubes como o Cosenza, que se sentiram prejudicados, prometem ir à Justiça Comum. A briga, portanto, continua.

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