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Ituano e Bragantino negam envolvimento com ações da MSI

Clube de Brangança Paulista, que cedeu 5 para o Corinthians, alega ter documentado seus acordos na CBF

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Por Redação
Atualização:

As investigações que atingem o Corinthians, após a chegada da parceria com a MSI, acabaram provocando estragos pelo interior do São Paulo. O Ituano nega ter sido escolhido como "válvula de escape" pelo ex-diretor da MSI Kia Joorabchian para "abrigar" jogadores. E o Bragantino garante que documentou, com registros na CBF, todas as negociações feitas com a direção do clube do Parque São Jorge. Gravações feitas pela Polícia Federal mostram o iraniano falando ao empresário Renato Duprat para este tirar nove jogadores do Corinthians e fazer um acordo com o Ituano para recebê-los. A informação de que o Ituano seria uma alternativa para as ações de Kia no Brasil foram negadas pelos dirigentes do clube do interior. Através de sua assessoria de imprensa, o presidente Ademir Campos e o vice-presidente Edson Tomba acusaram o ex-administrador do clube, o empresário Oliveira Júnior, como interlocutor do possível negócio. "Nós não temos nada com isso", esquivou-se Tomba, que responde pelo futebol do time de Itu. Campos evitou entrar na discussão. Atual secretário municipal de Saúde da cidade, ele enfrenta problemas com o Ministério Público, que exige seu afastamento do cargo por suspeitas de irregularidades em sua gestão. Oliveira Júnior, ex-procurador do lateral Roberto Carlos, é desafeto na cidade, depois de manter, com sucesso, o controle sobre o futebol do Ituano entre os anos de 2000 e 2006. Ele, porém, achou a acusação "absurda", mesmo porque garantiu nunca ter conversado com o responsável pela MSI: "Para mim, este Kia é um playboy do futebol e o Renato Duprat eu só cumprimentei uma vez na sede da Federação Paulista, mas jamais tive negócios com ele", assegurou Oliveira, que agora tem escritório em Ribeirão Preto e, nesta quarta-feira, estava em Brasília. Marco Chedid, presidente do Bragantino, esteve no Rio de Janeiro, onde o seu clube seria julgado pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). Ele demonstrou tranqüilidade em relação aos negócios feitos com o Corinthians, logo após o Campeonato Paulista. Chedid afirma que negociou os jogadores diretamente com o presidente Alberto Dualib e com o diretor de Futebol, Rubens Gomes. "Os contratos estão todos vinculados junto à CBF, mesmo porque os negócios foram feitos de clube para clube, sem nenhum intermediário." Os zagueiros Zelão e Kadu, além do meia-atacante Everton Santos, estariam nos planos de Kia Joorabchian. Além deles, o Bragantino negociou com o Corinthians o goleiro Felipe e emprestou o volante Moradei. Com exceção de Everton, o Bragantino tem participação no atestado liberatório dos demais jogadores. Os percentuais, porém, não foram revelados pelo dirigente. Operação Kia A "Operação Ituano" estaria sendo arquitetada por Renato Duprat, ex-empresário do ramo de saúde e que nos últimos cinco anos está envolvido diretamente com os negócios do mundo do futebol. Duprat, aliás, já tinha tentado um acordo, ano passado, com o Paulista de Jundiaí. Mas suas propostas foram rejeitadas pela diretoria, desconfiada de algo ilícito ou imoral. A partir daí teria surgido a idéia de usar o Ituano para abrigar alguns jogadores do Corinthians que não fossem imediatamente negociados para o exterior. Esta "garantia" seria uma exigência de Kia Joorabchian para não ficar refém do Corinthians, em grave crise política. Kia exigia como garantia uma lista de jogadores, em troca de um aporte financeiro de US$ 20 milhões. Alguns jogadores foram rapidamente negociados: Carlos Alberto (Werder Bremen, da Alemanha), Marcelo Mattos (Panathinaiko, da Grécia), Ratinho (CSKA - Rússia), William (Shakhtar Donetsk, da Ucrânia). Ficaram no clube: o meio-campo Lulinha, Dentinho, além dos zagueiros Kadu e Zelão, além do meia-atacante Everton Santos, estes três vindos do Bragantino.

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