Jogo em casa vira problema no Palmeiras

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Técnico e jogadores do Palmeiras admitem: devido à pressão da torcida, está cada vez mais difícil jogar no Palestra Itália. "É chato voltar do intervalo, ganhando de 1 a 0, e ver a torcida nos vaiando mesmo assim", desabafou Marcinho. O volante se refere ao jogo de quinta-feira, contra o Paraná. O Palmeiras, com o lateral Baiano, abriu o placar, mas não mostrava um futebol convincente. Por isso, começou a ser vaiado pela sua torcida. Levou tanta vaia que se desconcentrou, se deixou abater. E acabou levando o gol de empate. "Contávamos com a vitória para continuar pensando na Libertadores. Mas isso está ficando cada vez mais longe", admitiu Marcinho. "Nada está perdido, mas nossa tarefa também já não é mais tão simples como antes." Os problemas do Palmeiras jogando em casa não são recentes. Há meses, a torcida tem, sistematicamente, pegado no pé de alguns jogadores, como o lateral-esquerdo Lúcio e o meia Diego Souza. Como conseqüência, o time parece jogar melhor como visitante. O Palmeiras até que tem um bom aproveitamento de pontos como visitante, mas, como mandante, seu rendimento é medíocre: 56%. Para piorar, dos próximos 11 jogos até o fim do campeonato, seis serão em casa. O técnico Estevam Soares reconhece as dificuldades de jogar no Palestra Itália, mas procura manter o otimismo. Ele sabe que as chances de título são mínimas. Mas ainda acredita na conquista de uma vaga na Libertadores do ano que vem. "A 12 pontos do líder (o Atlético-PR), realmente fica difícil. Mas com relação à vaga na Libertadores, são só três pontos atrás. Vamos em busca desse objetivo", avisou. Estevam cita um grande rival do Palmeiras como exemplo de reação. "Até outro dia, o São Paulo estava morto. Mas ganhou três seguidas e agora já fala até em título. Acredito que possamos fazer o mesmo, já que temos uma grande capacidade de superação", explicou. Ele se esforçou para encarar com naturalidade as vaias que ouviu no empate com o Paraná. "Treinador que nunca foi chamado de burro não tem diploma de treinador. Como homem, posso não ser inteligente, mas também estou longe de ser burro", disse Estevam. Mas o clima está pesado no clube. Estevam queria levar a equipe para o interior de São Paulo, para um período de intertemporada. Não conseguiu aval da diretoria. Resolveu, então, dar folga geral ao elenco neste fim de semana. Os jogadores só voltam a treinar na segunda-feira. Marcinho, Lúcio, Pedrinho e Osmar, porém, participam no domingo de amistoso entre as seleções paulista e carioca, no Maracanã. Na quarta-feira, o Palmeiras faz jogo festivo promovido pela Unicef - o piloto de Fórmula 1 Michael Schumacher é esperado na partida. O próximo jogo oficial do Palmeiras será só no próximo domingo, em Caxias do Sul, contra o Juventude, um adversário direto na luta pela vaga na Libertadores.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.