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Jogos no interior dividem o Santos

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Por Agencia Estado
Atualização:

Se a diretoria do Santos ouvir os jogadores, desiste da idéia de mandar pelo menos um jogo por mês fora da Vila Belmiro. A maioria alega que os verdadeiros torcedores santistas são os das uniformizadas e aqueles que assistem aos jogos em casa, independente da situação do time. "Prefiro jogar na Vila Belmiro, diante da nossa torcida", diz o atacante Basílio, que além de jogador, é torcedor fanático do time. "Há diferença entre o público que vai sempre à Vila e é mais fiel e aquele que comparece ao estádio quando levamos nossos jogos para o interior. Eles não acompanham o time e não apoiam como os torcedores na Vila Belmiro. A região inteira vai ao jogo porque é uma oportunidade rara e não com o objetivo de apoiar o time em qualquer circunstâncias", discursa o atacante. Essa opinião é compartilhada pelo lateral-esquerdo Léo. Ele acredita que a baixa média de público do Campeonato Paulista se deve a dois fatores: a conquista recente do Campeonato Brasileiro pelo Santos e porque o time não se preparou para entrar na competição, permitindo que o São Paulo ficasse em vantagem muito cedo. "Nada é igual do que jogar na Vila Belmiro. A torcida do Santos é sensacional e ela sabe que eu a amo. Mas se a diretoria quer mudar, sabe o que está fazendo", afirma o lateral. O presidente do clube, Marcelo Teixeira, pensa diferente e, além das vantagens financeiras, argumenta que o Santos tem muitos torcedores fora da Baixada santista e o clube não pode deixar prestigiá-los. "O time joga sempre aqui na Vila e nem sempre o torcedor se anima a ir ao estádio, preferindo esperar pelas ocasiões especiais. No interior todos se interessam porque são poucas as chances de ver os ídolos de perto. Não podemos abandoná-los." O assessor da diretoria Alberto Francisco Oliveira Júnior, o Alemão, que já foi presidente de torcida organizada, acha que o clube não pode desprezar o potencial de arrecadação no interior. "Aqui, por ser uma cidade muito quente, o torcedor prefere ficar vendo o jogo pela televisão nos bares que compram pacote da televisão fechada e tomando cerveja. É só olhar os bares nas imediações da Vila Belmiro para constatar que o Santos está perdendo para a televisão", justifica. "Enquanto no Interior, todos querem ver o nosso time." O ex-jogador Zito, capitão do grande time do final dos anos 50 e da década de 60, conta que a falta de público na Vila Belmiro não é novidade. "Um dos motivos do Santos só ter conquistado duas Libertadores é que a competição dava prejuízo ao clube. Íamos jogar na Argentina e lotávamos os estádios e aqui jogávamos com a Vila quase vazia. Por isso, vários vezes os jogos eram levados para o Pacaembu e para o Maracanã, que sempre recebiam grandes públicos", finalizou.

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