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Johansson não aposta em Brasil e Argentina

Por Agencia Estado
Atualização:

Tudo o que os dirigentes europeus não querem é uma final entre Brasil e Argentina, em 9 de julho de 2006, em Berlim. A Copa decidida por dois times sul-americanos em plena Alemanha, e com milhares de visitantes da França, da Itália, da Inglaterra, da Espanha, da Holanda, seria um duro golpe no orgulho dos torcedores e cartolas do Velho Continente. A imprensa alemã fala abertamente do tema. Diz que, nos bastidores, membros da Uefa e do Comitê Organizador do Mundial discutem o caso e não podem nem imaginar a decisão do torneio sem a presença de um europeu. Após participar de entrevista coletiva para o anúncio dos cabeças-de-chave, nesta terça-feira, no Centro de Convenções de Leipzig, o dirigente máximo do futebol da Europa, o sueco Lennart Johansson, conversou com a Agência Estado sobre a questão, e, esbanjando bom humor, declarou não apostar que brasileiros e argentinos vão tão longe na Copa: ?Os europeus vão ganhar do Brasil e da Argentina?. Agência Estado - Fala-se muito na Alemanha que a Uefa e os organizadores da Copa não gostariam de uma final sul-americana. Seria ruim para o continente. O que o senhor acha da possibilidade de Brasil e Argentina, que têm fortes times, chegarem à decisão? Lennart Johansson - Não existe isso. O melhor para qualquer competição é que os dois melhores times façam a final. É o que se espera sempre em um grande evento. AE - Então, o senhor não acha que uma final sem um time europeu perderia o brilho e o peso, mesmo sendo realizada na Alemanha? Johansson - Mas porque você tem tanta certeza de que Brasil e Argentina vão para a final? AE - Não tenho certeza. Mas são duas equipes fortes que podem chegar à final... Johansson - É, mas a Argentina chegou à última Copa como favorita e foi eliminada na primeira fase. E o Brasil também já perdeu. São dois times que já foram batidos em várias Copas. Aliás, acho que os europeus vão ganhar do Brasil e da Argentina (risos)... AE - A questão do ranking da Fifa vem sendo debatida nos últimos congressos (vários dirigentes são favoráveis a se levar em conta apenas os resultados dos últimos quatro anos e não dos oito anos, como é agora). O senhor gosta do modelo do ranking ou também reivindica mudanças? Johansson - Acho que há necessidade de alterações, é preciso buscar um meio de se fazer um ranking que seja mais fiel à realidade. Depois do Mundial do ano que vem, a Fifa vai debater prováveis mudanças.

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