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Jovem nega estar protegendo alguém ao confessar tragédia na Bolívia

'Só quero assumir o meu erro', afirmou o adolescente de 17 anos

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Por Redação
Atualização:

SÃO PAULO - O menor H.A.M., que assumiu em entrevista ao Fantástico ser o autor do disparo do sinalizador que atingiu e matou um jovem de 14 anos em jogo na Bolívia, afirmou que irá se entregar na próxima segunda-feira à Vara da Infância e da Juventude de Guarulhos por vontade própria. Ele também disse que não estaria protegendo os outros torcedores com esta atitude. "Não estou protegendo ninguém. Só quero assumir o meu erro". O jovem admite estar arrependido e declarou ainda querer se desculpar com os doze brasileiros que estão presos na Bolívia desde a última quarta-feira. "Também não é certo outra pessoa pagar por uma coisa que não fez", disse. A mãe do adolescente também participou da decisão e o pressionou para que assumisse a responsabilidade pela morte de Kevin Espada. "Ele sabe, ele me conhece e eu o entregaria", afirmou, emocionada. H.A.M. declarou ter comprado o sinalizador naval na rua de comércio popular 25 de Março e que o acidente teria acontecido porque o artefato não foi acionado na primeira tentativa. "Eu fui apenas comemorar o gol. Tirei de uma sacola, puxei a cordinha da primeira vez, mas não aconteceu nada. Na segunda vez, ele disparou em direção a torcida boliviana. Para mim, só ia acender", disse.Depois do disparo, durante o restante do jogo entre Corinthians e San Jose válido pela Copa Liberadores, em Oruro, o jovem afirmou não desconfiar de que algum torcedor rival havia ficado ferido. "No intervalo, perguntei para os policiais se tinha machucado alguém, mas eles disseram que estava tudo bem".O adolescente contou ainda que só tomou conhecimento da morte do adolescente boliviano quando já estava no ônibus da torcida organizada do Corinthians no caminho de volta para o Brasil. "Na saída do jogo, fomos para fora esperar o ônibus e só ficamos sabendo que ele tinha morrido no ônibus".Ainda no estádio, quando os corintianos foram provisoriamente presos, H.A.M. preferiu ficar em silêncio e não se entregar à polícia local. "Fiquei sentado e os policiais começaram a prender o pessoal que estava lá e não vieram em mim. Não me entreguei porque fiquei com medo e não sabia o que fazer. Também pensei que eles iam ser liberados no final do jogo", argumentou.Segundo o adolescente, ele teria assumido para integrantes da torcida organizada ser o autor do disparo do sinalizador e teria sido aconselhado a não assumir a responsabilidade. "Falaram que era melhor não me entregar porque estávamos na Bolivia e eu estava na responsabilidade deles".

Durante a entrevista, o jovem falou ainda qual era sua intenção ao levar o sinalizador, de uso proibido, ao estádio. "Eu quis buscar um espaço, quis fazer uma festa para o Corinthians. Eu amo o Corinthians", afirmou.

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