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Juiz aceita denúncia e investigará compra de Neymar pelo Barcelona

Juiz Pablo Ruz confirma que há 'elementos suficientes para admitir uma investigação'

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Por Redação
Atualização:

BARCELONA - A Justiça espanhola concordou em abrir uma ação judicial contra o presidente do Barcelona, Sandro Rosell, nesta quarta-feira, por conta do caso envolvendo a venda do atacante Neymar ao clube. Depois de examinar os contratos envolvidos na negociação, o juiz Pablo Ruz confirmou que há "elementos suficientes para admitir uma investigação" do dirigente catalão.A aquisição de Neymar virou alvo da Justiça espanhola, que apura se houve ocultação de valores por meio de contratos ilegais. A confusão sobre o acordo entre os clubes começou quando Jordi Cases, sócio do Barcelona, entrou com uma ação alegando que a transferência foi bem mais cara do que a anunciada oficialmente.O jornal espanhol El Mundo chegou a publicar na última segunda-feira que a contratação do atacante custou 95 milhões de euros (aproximadamente R$ 300 milhões). Sandro Rosell, no entanto, garante que os 57 milhões de euros (cerca de R$ 180 milhões) oficializados após a negociação são de fato o valor da transferência.Em meio aos desencontros de informações, Pablo Ruz requisitou em dezembro do ano passado os contratos envolvidos no acordo. A determinação foi feita por conta da denúncia de Jordi Cases, um sócio do clube, que acusou Sandro Rosell de apropriação indevida de valores.Cases apontou a necessidade de saber como Rosell "explica os gastos, porque não está claro". O presidente do clube e outros membros da diretoria rebatem, alegando que os contratos envolvidos na transferência de Neymar incluíam cláusulas de confidencialidade, que não os permitem revelar quem recebeu dinheiro com a transação, a não ser o ex-clube do jogador, o Santos.De acordo com a reportagem publicada no El Mundo, o Barça pagou comissões secretas à família de Neymar para que o jogador optasse pelo clube catalão ao deixar o Santos.Documentos da Justiça espanhola obtidos pela reportagem do jornal confirmam que os promotores locais suspeitam de "indícios de delitos" nos contratos entre o atacante, a empresa de seu pai e Rosell. Teoricamente, 40 milhões de euros (R$ 126 milhões) foram pagos à empresa do pai do atleta e outros 17 milhões de euros (R$ 53 milhões) para o Santos.Nos supostos contratos secretos estariam 8,5 milhões de euros (R$ 26 milhões) que iriam para o pai de Neymar. O Barcelona ainda teria pago 7,9 milhões para reservar eventuais promessas que surgissem no Santos e mais 9 milhões de euros para jogar um amistoso contra o clube. A essa conta ainda deveriam ser somadas comissões para a realização de projetos sociais nas favelas, num valor de 2,5 milhões de euros. Outros 2 milhões seriam usados para buscar novos craques no Brasil, além de 4 milhões de euros (cerca de R$ 12 milhões) para atrair investidores brasileiros. Desse valor, outros 5% de comissão ao pai de Neymar mais uma vez seriam adicionados.

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